Um recente estudo da UNICEF (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância), organização ligada a imperialista ONU, indicou que os jovens no Brasil estão entre os mais pessimistas com o futuro, apenas 31% daqueles entre 15 e 24 anos considera que a situação mundial esta melhorando. Comparando à média mundial, de 57%, fica mais que claro que a realidade do jovem no país é tão terrível que não apresenta nem perspectiva. É um retrato do golpe de Estado de 2016 em conjunto a crise internacional do capitalismo, que afeta de maneira desigual os setores da população, sendo a juventude um dos mais prejudicados. Além dos recentes golpes aqui no Brasil e a instalação de um governo com características fascistas como Jair Bolsonaro.
A pesquisa da ONU, apesar de ter tons moralistas, é bom para se ter uma avaliação geral da perspectiva do jovem sobre a realidade, e fica claro que no Brasil ela é terrível, o que condiz diretamente com o mundo material. Desde o golpe de 2016 os níveis de desemprego subiram absurdamente, os ataques a educação são cada vez maiores, as bolsas de estudas diminuem, universidades públicas sofrem intervenção e fecham, as universidades privadas se tornam verdadeiras fábricas de diplomados com regimes de ditadura contra os alunos, já nas escolas a situação é de uma piora generalizada em todas as condições.
Focando na questão do desemprego é possível compreender a falta de perspectiva do jovem, mesmo aqueles que se formam no ensino superior ou médio, mesmo com a terrível realidade descrita acima, se deparam com uma situação de calamidade. As taxas nacionais de desemprego de acordo com a pesquisa de agosto do IBGE indicam 15%, já para a faixa etária entre 18 e 24 anos estão na faixa dos 31%. Contudo é de conhecimento geral que esses números estão longe da realidade, nacionalmente cerca de metade da população trabalhadora esta nas diversas categorias do desemprego, isso significa que para a juventude isso vale para a esmagadora maioria.
Essa realidade é fruto da política do imperialismo, em seu atual estágio para que o capitalismo moribundo se mantenha de pé frente as constantes crises de superprodução a própria burguesia passa a destruir as forças produtivas. No Brasil o quadro é trágico, um dos dados do IEDI revela que de 1976 até 2018 a porcentagem da indústria no PIB recuou de 20% para 11,3%, e considerando os últimos anos de crise é certo que esse número está ainda pior. Com tamanha destruição das forças produtivas é impossível se manter altos niveis de emprego, ou seja, o jovem tende a sofrer cada vez mais com esse fardo do capitalismo.
O pessimismo da juventude brasileira reflete a conjuntura de que o país é um dos que aplica de forma mais bem-acabada a política do imperialismo. Contudo ao se compreender esses fatos por meio da ótica marxista a situação se reverte, ao mesmo tempo que no futuro próximo está claro que a situação geral piorará, essa contradição gigantesca do capitalismo é uma das provas de que isso não é eterno.
Para enfrentar a crise e a situação precária dos jovens no Brasil é preciso de um programa de luta para os jovens e apresentar para dar uma perspectiva de mudança para esse importante setor da classe trabalhadora e fundamental para uma mudança política.
