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Favela Não Se Cala TV

A esquerda precisa se unir e organizar a autodefesa

Rui Costa Pimenta participou do programa inaugural do canal de esquerda que pretende informar as pessoas da situação vivida pela população pobre nas periferias das grandes cidades

No dia 20 de março passado, ocorreu o primeiro programa do novo canal de esquerda Favela Não Se Cala TV. Rui Costa Pimenta foi o convidado de André Constantine e falou sobre diversos temas. Uma das principais conclusões tiradas da discussão foi sobre a urgente necessidade de organizar a população, os partidos de esquerda e os movimentos populares para a autodefesa contra a direita e a extrema-direita.

O companheiro André Constantine, preso arbitrariamente há alguns dias por falar contra a Polícia Militar assassina, falou no sentido de que a luta deve se dar sempre com o objetivo de uma revolução socialista no horizonte. A partir daí é que as lutas parciais devem ser feitas. A análise do companheiro coincide com a do PCO quando se fala da luta de classes e da demagogia da extrema-direita ao fingir lutar contra o sistema e a favor de alguma população. Também sobre a esquerda pequeno-burguesa, que só quer saber de eleições porém não luta efetivamente, há concordâncias entre o PCO e o movimento, de mesmo nome do canal, representado pelo companheiro Constantine.

Rui enfatizou o erro de toda a esquerda nacional ao não compreender o sentido da política do Bolsonaro. Enquanto que a esquerda se apega à defesa da política de lockdown, algo que é motivo de protesto da população em vários países no mundo, além de ser uma política claramente parcial e insuficiente. Grande parte da população pobre está trabalhando, passando por transporte público lotado e sem receber qualquer ajuda do governo para enfrentar isso.

“Nós [PCO] temos martelado muito essa questão e é importante que venha um companheiro, oriundo das comunidades pobres, que dá um testemunho de primeiríssima mão. Acho que isso deve ser divulgado. Os setores pequeno-burgueses, de classe média, tem que ouvir a voz da população, tem que saber o que está acontecendo, não pode imaginar que aquilo que acontece no círculo universitário, na intelectualidade de esquerda, que o mundo se resume a isso. A maioria do povo está (…) numa situação muito penosa”, avaliou.

Bolsonaro está sabendo explorar essa questão se opondo à política de fechamentos dos governos, uma política parcial que não irá realmente resolver o problema.

A direita tem aumentado a perseguição à esquerda e aos direitos democráticos da população: recentemente, várias pessoas foram presas com base na Lei de Segurança Nacional; a direita está aumentando a agressividade no geral; as Forças Armadas estão fazendo simulações de “GLO”, Garantia de Lei e Ordem em diversas cidades; Bolsonaro tem declarado a intensão de intervir na situação, entre outros.

Todas essas manobras da direita representam uma grave ameaça ao povo. É um recrudescimento de uma ditadura. Se você não pode sair com uma faixa, seja lá o que esteja escrito nela, é uma ditadura. A conduta das Forças Armadas e de Bolsonaro indica que irá acontecer alguma coisa.

A situação indica que a população vai partir para uma explosão social, sem auxílio financeiro e com essa política de lockdown o povo tende a se rebelar. Portanto, a esquerda, com seus partidos políticos, movimentos populares e sindicatos de trabalhadores, precisa assumir a dianteira disso para direcionar a mobilização para um sentido concreto, com palavras de ordem claras, com mobilizações massivas que tenham força para enfrentar toda a repressão que se avizinha. Se a mobilização não for generalizada e não houver uma direção clara, elas poderão sofrer uma repressão muito dura.

“Não dá (…) para você simplesmente ficar em casa e fazer ato virtual. Não tem condição. A ameaça que o país está sofrendo nesse momento é muito grande. Nós temos uma pandemia fora de controle, uma situação social fora de controle, uma inciativa da direita – inclusive do governo e das Forças Armadas – num sentido repressivo e é preciso agir”, analisou.

“É responsabilidade da esquerda sair às ruas e direcionar essa mobilização. Fazer com que a mobilização seja o mais ampla possível. Quanto mais ampla, quanto mais consciente, quanto mais politicamente orientada for essa mobilização, mais difícil vai ser a repressão”.

Existem pessoas que falam que, se houver mobilização do povo isso servirá de pretexto para que a direita intervenha e reprima. Essa ideia não deve ser levada a sério, se eles quiserem intervir eles irão criar o pretexto. Além do mais, a rebelião popular independe de qualquer iniciativa da esquerda, dada a situação de enorme gravidade da situação social geral.

As organizações populares precisam abrir um amplo debate. A situação é crítica, pode não acontecer nada, mas o cenário para acontecimentos muito negativos está sendo preparado. Não podemos ficar parados diante da situação em que estamos. Se o estado de sítio for oficialmente declarado no Brasil, não há garantias de que a situação não irá piorar, já que o governo poderá aumentar legalmente as medidas de repressão e cerceamento dos direitos do povo.

“A esquerda deveria se reunir (…), se chamar uma reunião de emergência para discutir a situação que está evoluindo de uma maneira muito negativa. A direita está preparando manifestação no dia 31 de março para comemorar o golpe militar de torturadores, assassinos e traidores do país – que entregaram o país para o imperialismo e destruíram a economia nacional – está se preparando para comemorar esse evento que é uma mancha na história nacional, uma das piores manchas da história nacional. Queria chamar todas as pessoas a fazer contra-manifestações nas principais capitais. Em São Paulo estamos chamando manifestação para a Avenida Paulista no dia 31 à tarde para fazer uma contra-manifestação. Não dá para ter a ideia que nós vamos nos movimentar apenas quando a pandemia passar”.

O programa completo você confere no link abaixo:

https://youtu.be/t9Pc39lZHZc

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