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Rui no Brasil 247

Rui no 247: “Nada garante que o Lula vai ganhar. Será uma guerra”

O programa discutiu muitos temas internacionais, a crise brasileira, as próximas eleições nacionais, o problema STF e muito mais.

Na Análise Política da Semana na TV 247, Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, comentou a pesquisa da XP, ou seja, do mercado financeiro, que dá Lula na dianteira para as próximas eleições. Isso corrobora que Lula está no jogo mais do que nunca e que, a ladainha de que Lula é passado e está envelhecido, é conversa mole da burguesia e de parte da esquerda. Os números dessa pesquisa, apesar de serem manipulados, como toda pesquisa da burguesia, combatem as ideias de que Lula não ganharia eleição ou que ele precisaria fazer aliança com Deus e o Diabo para ganhar. Lula precisa se declarar candidato desde já.

“Existe uma subestimação do quadro político, uma incompreensão do quadro político que estamos vivendo. Todo mundo acha que a eleição é apenas uma eleição, põe os candidatos e vai votar. Não vai ser assim. O que está em disputa aqui é muito mais do que apenas uma eleição. A eleição vai se dar sobre a base de uma luta política tremenda dentro do país, em primeiro lugar. (…) [existem pessoas] achando que estamos em 2002. Nós não estamos em 2002. Estamos no marco de um golpe de estado, de uma crise política internacional muito forte. Estamos no marco de uma crise política nacional muito intensa. A burguesia não vai querer que o Lula ganhe a eleição. Não vai querer que ninguém que seja capaz de fazer o mínimo que seja contra a atual política deles ganhe a eleição”. É preciso entender que há uma luta do povo contra o golpe, contra o imperialismo.

Sobre o papel do PSOL nas próximas eleições, Rui disse que há uma crise interna no partido com Marcelo Freixo trabalhando pela Frente Ampla apoiando aliança com o DEM e tudo o mais e há um enfrentamento com outra ala do PSOL sobre esse assunto. É preciso ver como essa crise irá se desenvolver.

Quanto ao STF, parece haver uma manobra sendo cozinhada contra o Lula. Há muitas portas abertas para atacar o Lula. O processo do sítio de Atibaia pode ser julgado em Brasília e o Lula pode ser rapidamente condenado em primeira e segunda instâncias. Há uma contra-ofensiva dos procuradores da Lava-jato para que o plenário do STF reverta a decisão da suspeição do Moro dada pela segunda turma. Ou seja, tem várias possibilidades.

“A burguesia não quer o Lula presidente de jeito nenhum. Se houver eleição, – e será uma luta política muito dura, isso que muita gente não entende, – nada garante que o Lula vai ganhar”.

Uma alternativa para a burguesia seria inviabilizar a candidatura Bolsonaro e escolherem alguém de “centro”, ou seja, de direita. FHC comentou que seria preciso uma candidatura popular diferente de Lula e Bolsonaro. Se não houver a retirada do Bolsonaro pela burguesia, no último momento eles irão apoiar Bolsonaro contra Lula e o PT.

Sobre a possiblidade do vice-presidente, Hamilton Mourão, se tornar uma alternativa da burguesia, Rui opinou que não parece uma alternativa viável, visto que o general não tem qualquer base social. Além disso, a retirada de Bolsonaro pela burguesia não garante que esses votos passem para esse novo candidato da direita, podendo acontecer, inclusive, o exato oposto. Qualquer manobra no sentido da retirada de Bolsonaro das eleições é algo muito complexo.

O site do Brasil 247, no momento em que ocorria a Análise Política, estava sofrendo um ataque hacker e Rui disse que isso era uma amostra grátis do que serão as eleições de 2022. Será uma verdadeira guerra com censura aos sites que apoiarem Lula e com os monopólios das redes sociais entrando nessa mesma jogada.

Internacionalmente, há uma situação em andamento no sul da Ucrânia que pode se transformar numa guerra entre EUA e Rússia. Existem duas repúblicas autônomas dentro da Ucrânia que possuem maioria da população russa e, desde a eleição de Biden, o governo ucraniano aumentou a repressão, o que obrigou a Rússia a aumentar o efetivo militar dada a iminência de ataque militar. Além disso, a Crimeia tem recebido maior atenção militar da Rússia. A imprensa internacional não destaca que o agressor é o governo ucraniano. Biden foi contatado pelos ucranianos e afirmou que irá defender a Ucrânia em caso de ataque russo, ou seja, o oposto do que está acontecendo, já que os atacantes são os ucranianos.

Em Mianmar também há algo parecido contra a China. O país é uma espécie de protetorado chinês e há uma provocação norte-americana para criar um clima internacional que favoreça algum tipo de ofensiva militar, mesmo que por procuração, naquela região. Além disso, Biden tenta retomar a guerra na Sìria.

Já no Brasil, um dos objetivos dos golpes de estados ocorridos no continente era o de alinhar a zona de influência com a política internacional dos Estados Unidos. “Por quê? Porque pra você enfrentar uma situação como essa é preciso apoio internacional sólido. Nesse sentido, os militares brasileiros e até o próprio Bolsonaro são aliados importantes. O Lula no governo, mesmo que ele quisesse, ele não tem condições de exercer o papel de um fantoche da política externa norte-americana”.

Uma notícia recente de que Putin e Bolsonaro conversaram para facilitar a entrada da vacina russa no Brasil, Rui comentou que se trata de desespero do brasileiro por conta da crise interna da pandemia.

Outra notícia diz que ONGs estariam pressionando para que Bolsonaro e Biden conversem sobre o problema da Amazônia. Para Rui, apesar da total falta de preocupação na preservação ambiental do governo Bolsonaro, esse é mais uma área em que Bolsonaro pode servir aos EUA para entregar a região para o imperialismo, mesmo que fingindo ser defensor da Amazônia.

Ainda sobre a garantia dos Estados Unidos de manter sua zona de influência no continente americano, Rui afirmou que “uma das regras fundamentais da política externa é que, para fazer uma guerra fora do país, você precisa ter o país relativamente pacificado, não dá para você fazer uma guerra com o país dividido. O governo norte-americano está procurando estrangular o trumpismo, apesar de que ele não irá se opor duramente à intervenção norte-americana. Mas, temos que entender que o espaço político vital norte-americano é o continente americano inteiro. Quer dizer, se houver muita oposição aqui isso vai dificultar o que eles estão pensando em fazer”.

Rui deu uma explicação fundamental para entender o futuro da política do imperialismo norte-americano sob o governo Biden. Nos últimos anos – é o que pensam Biden, os militares e os capitalistas estadunidenses – houve um aumento da participação de Rússia e China no mercado mundial que é desproporcional à importância política desses dois países. Chineses e russos ocuparam um espaço econômico que não corresponde ao poder político efetivo desses países.

“O mercado mundial é um feudo do imperialismo. Não é uma coisa livre. Não há livre concorrência. O que há são tropas militares, mísseis, navios de guerra. É isso o que significa o mercado mundial. E, com a crise dentro dos Estados Unidos, a China e a Rússia ocuparam um espaço importante e ele [Biden] quer fazer com que esses países recuem”.

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