Nem mesmo diante da crise da pandemia do novo coronavírus, que vem ceifando incontáveis vidas de trabalhadores, os governos capitalistas se preocupam em investir na saúde. No caso do estado do Rio de Janeiro, o governador golpista Wilson Witzel mantém como sua prioridade matar a população pobre. O governador fascista, que já chegou a sobrevoar favelas de fuzil em punho, em explícita ameaça ao povo, mostra que está disposto a massacrar a população de todas as formas.
A Lei do Orçamento Anual de 2020 no Rio estabelece que o investimento em “segurança pública” é maior do que a de saúde. Ou melhor, não é maior: o investimento em “segurança pública” é muito maior, é praticamente o dobro. Dos R$80,8 bilhões previstos para as despesas do ano, apenas R$6,7 bilhões foram previstos para a Saúde, enquanto para a chamada “segurança”, foram previstos R$12,7 bilhões.
Note-se onde estamos usando aspas: o motivo das aspas é simples e consiste no fato de que a suposta área da “segurança”, não passa de um serviço especializado em matar friamente o povo oprimido, o mesmo serviço que faz passeios aéreos com o governador sanguinário, de fuzis apontados para a população. É fato que o previsto já era muito pouco, diante das necessidades do estado em questão. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) aponta que no primeiro semestre do ano os gastos em saúde foram inferiores a R$2 bilhões. Mais especificamente, foram gastos R$1,61 bilhão, o equivalente a 8,18% da receita corrente líquida, receita esta que o Estado arrecada com impostos, na lei está prevista que pode gastar 12% desta receita.
Ou seja, em plena pandemia, o governador fuzil se preocupa muito mais em assassinar a população por dois modos, uma ao qual ele já está acostumado, como ressaltado anteriormente, massacrando a população pobre e outra pelo sucateamento da saúde em plena pandemia, na qual sequer investe o valor mínimo pautado por uma lei. Observa-se, portanto, o caráter de um governo com características fascistas, a lei de um estado burguês, ainda mais uma que se propõe a assistir a população no campo da saúde, ainda mais sendo urgente por conta da pandemia, não passa ser considerado como tal. Isto é importante para toda a esquerda refletir diante do seu vício eleitoral.
Tais arbitrariedades põem a necessidade do conjunto da esquerda de lutar pelo Fora Witzel e Fora Bolsonaro. Trata-se de uma luta fundamental e que as eleições não servirão de nada porque a etapa política atual demonstra a força do golpe de estado de 2016. Neste sentido, apenas a mobilização popular, com as organizações populares, partidos de esquerda, comitês de luta contra o golpe possuem a missão de manter e impulsionar a luta pelo Fora Bolsonaro que já ocorre todo domingo.
Além disso, apostar fielmente nas eleições demonstra uma leitura totalmente equivocada do atual regime político. O golpe de estado na América Latina demonstra sua extensão como ocorreu com a proibição do partido do Rafael Correa e de sua condenação, assim como a postergação das eleições na Bolívia. A luta real que se demanda, portanto, é a luta da mobilização popular. Logo, a única saída possível para melhorar a situação da crise sanitária, assim como a necessidade da luta pela extinção da PM, os setores explorados e oprimidos precisam urgentemente lutar pelo Fora Bolsonaro, Witzel e todos os golpistas!