Em Manaus, no Estado do Amazonas, 11 instituições particulares de ensino superior foram multadas pelo Instituto Estadual de Defesa do Consumidor (Procon/AM), pelo péssimo serviço de ensino à distância (EAD) durante a pandemia. O Procon notificou as faculdades agindo a partir de denúncias feitas pelos estudantes ao órgão, que não corrigiram sua postura, então foram determinadas multas de até 800 mil reais.
O governo de Jair Bolsonaro, através do “imprecionante” ministro da educação, Abraham Weintraub, tenta desesperadamente cumprir a missão dada pelos empresários. Pressionados como capachos, tentam empurrar guela a baixo dos estudantes trabalhadores sua política falida de educação superior, tentando implementar a qualquer custo o EAD que, a cada dia que passa, se prova uma completa fraude da educação.
O diretor-presidente do Procon-AM, Jalil Fraxe, informou ainda que está investigando também instituições de ensino básico como escolas e creches, por não cumprirem as regulamentações básicas do EAD. Em todo o país o que se vê são os pais de estudantes da rede particular denunciando que a estrutura de ensino à distância não está funcionando e não cumpre o papel de educar a criança. Delegada aos pais a tarefa de orientar didaticamente os estudantes, o que se produz é muitos problemas em casa, pois os pais não são profissionais docentes.
A prática do EAD já era um grande problema antes mesmo da pandemia. Maioria unânime das pessoas que um dia já experimentaram ensino presencial, relata que o EAD é extremamente deficitário e insuficiente para a experiência do ensino aprendizagem da educação. Esse é um posicionamento recorrente tanto entre os estudantes, quanto entre os profissionais docentes. Os empresários da “educação” EAD tentam, desesperadamente esconder isso.
Empresários capitalistas da educação superior particular, verdadeiros tubarões do mercado, financiam a imprensa burguesa para divulgar números que comprovam o aumento de estudantes que optam pelo ensino superior à distância. Mas, ainda assim, maioria das pessoas que usam o sistema prefeririam estar cursando o ensino superior presencialmente. O que as redes particulares de ensino pregam sobre o ensino EAD é uma grande babela, é preciso denunciar a fraude.
Segundo dados divulgados em 2018 pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), órgão financiado pelos empresários da rede particular de ensino superior, ou seja, que favorecerão a política de EAD, entrevistou estudantes e 55% dos entrevistados optaram por cursos presenciais. A mesma pesquisa aponta para que, se o curso tivesse etapas presenciais a aceitação aumentou para 93%. Ou seja, a própria pesquisa feita pelos empresários, mobilizada para favorecer seus negócios capitalistas, mostram resultados contrários.
De fato há uma população migrando para o EAD nas redes particulares, mas é preciso denunciar que isso é fruto da destruição do ensino público superior causado pela direita, o que acarreta numa migração forçada da população para as redes particulares, precisando pagar pelo que é obrigação do Estado. O governo da extrema-direita é financiado por esse grupo de empresários. Weintraub, com o plano ‘Future-se’, é parceiro desses empresários e, ao invés de investir na melhora e na ampliação de um sistema público de ensino superior para a classes trabalhadoras, o destrói para implantar a fraude do EAD, fazendo os estudantes terem que pagar pelo que já pagam.
É preciso saber que, mesmo com uma série de ataques ao ensino público superior – com cortes constantes de verba, expulsão dos estudantes, diminuição de vagas dos cursos, ataque às reitorias -, as universidades públicas nos âmbitos federal e estadual são, comprovadamente, as melhores universidades do país. Segundo o Ranking Universitário da Folha de 2019 (RUF), as 20 melhores universidades do país são todas públicas. Seja em quaisquer quesitos avaliados, como os da pesquisa, extensão e ensino, – que é presencial.
Sendo assim, é preciso deixar claro que as propagandas da burguesia cumprem o papel de mascarar tudo isso, e elas estão fazendo parte do governo de Jair Bolsonaro, capacho de empresários. Para derrubar essa política fraudulenta e impedir um tremendo golpe aos jovens da classe trabalhadora, maioria usuária do sistema de EAD, é preciso se mobilizar para denunciar a política de destruição da educação pública superior. Além disso, é preciso implantar o programa de educação superior para da classe trabalhadora, que é a política de ampliação do acesso à universidade pública e estatização de toda rede de ensino. É necessário notar que isso só será possível expulsando de uma vez o governo Bolsonaro.