O Twitter anunciou a remoção de 32.242 contas vinculadas à China (23.750), Turquia (7.340) e Rússia (1.152) na última segunda-feira (08). De acordo com a empresa, foram excluídas 150 contas classificadas como “periféricas”, que teriam a função de divulgar os conteúdos produzidos pelas contas principais nas redes sociais.
A rede social alega que as contas excluídas seriam responsáveis pela promoção de campanhas de desinformação e estariam dedicadas a promover a propaganda política dos seus respectivos governos.
Em um comunicado, a direção do Twitter afirmou que as contas promoviam a visão do Partido Comunista da China sobre os acontecimentos políticos de Hong Kong e consideravam esta última como falsa. Em agosto de 2019, a rede social americana acusou 936 contas de “semear a desordem” em Hong Kong e as excluiu.
O que as ações do Twitter demonstram é o avanço da censura em relação aos países que entram em contradição com o imperialismo. No caso, a Rússia, a China e a Turquia têm governos que se chocam com o imperialismo (em especial o norte-americano) em diversas questões, o que implica que estes tenham a necessidade de propagar seus pontos de vista nas redes sociais para rebater a propaganda imperialista levada adiante em todo o mundo.
Os veículos de imprensa russos RT e Sputnik, bem como o canal de televisão iraniano HispanTV e a Telesur da Venezuela são muito perseguidos e boicotados pelo Twitter. O Facebook faz a mesma coisa quando persegue as contas que manifestam apoio à Coreia do Norte. O próprio presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi alvo de boicote. Uma maneira de atacar estes canais é marcá-los como sendo financiados pelos governos, isto é, como resultado do dinheiro público.
Ao contrário, o que o Twitter, Facebook e Youtube não fazem é marcar os meios de comunicação financiados pelos governos dos países imperialistas, como o dos Estados Unidos e Inglaterra. As contas criadas para propagar os pontos de vista dos países imperialistas não são excluídas e tampouco são acusadas de serem parciais e divulgarem relatos falsos sobre os acontecimentos. Para o Twitter, a versão dos americanos e ingleses, por exemplo, é verdadeira em relação ao que ocorre em Hong Kong. Quem estaria mentindo é o governo chinês.
O Twitter é parte do aparelho de informação e propaganda dos grandes monopólios capitalistas, estreitamente vinculados aos Estados e aos interesses da burguesia imperialista mundial. E, para tentar assegurar a supremacia de suas concepções, que refletem seus interesses políticos e econômicos, os monopólios avançam sobre os países atrasados. Nesse caso, tenta-se silenciar as contas de cidadãos e empresas de países considerados como inimigos do imperialismo.