O embate entre o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro e a Rede Globo, golpista de proa, atingiu níveis práticos inéditos na última semana, e o campo em que isso ocorreu não poderia ser diferente. Sendo um monopólio em relação aos direitos de transmissão do futebol nacional, a Globo tem como carro chefe de sua programação as partidas de futebol. A disputa entre os dois diferentes blocos da burguesia abre uma crise no monopólio da rede de televisão. Diferente da propaganda do governo golpista, Bolsonaro não é herói, nem mesmo defende uma verdadeira democratização das transmissões das partidas. O embate neste caso se dá, devido à briga de setores da burguesia sobre quem deve ter o controle das transmissões, um setor que gera grandes recursos, sendo assim alvo de grande interesse da burguesia.
Na última quinta, a Globo rompeu o acordo de direitos de transmissão do Estadual do Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a transmissão realizada pela FlaTV para mais de 1,7 milhão de espectadores, foi determinante para romper o acordo firmado entre o clube e a Globo. Inevitavelmente, esse é um ataque de Bolsonaro à rede de televisão, mas nem de longe representa um ganho da população, muito menos dos torcedores.
Em sua live semanal, Bolsonaro comemorou a transmissão:
“Tinha uma televisão aí, que tinha o monopólio e pagava acho que R$ 500 mil, R$ 600 mil cada jogo. Então, o Flamengo ontem faturou, juntamente com o Boavista, mais de R$ 10 milhões transmitindo na internet. Então, parabéns ao Flamengo, parabéns ao presidente Jair Bolsonaro que assinou a medida provisória, dando aqui a carta de alforria, a liberdade para que os times de futebol, o mandante, negocie conforme ele quer vender o seu direito de imagem”.
Este tipo de declaração, remetendo a Medida Provisória 984, não apenas é completamente cínica, como também é reflexo do embate entre setores da burguesia nacional. Na mesma live, Bolsonaro falou ao Corinthians para que aderisse a sua política. Importante lembrar que a Gaviões da Fiel expulsou recentemente os fascistas da Avenida Paulista em São Paulo, demonstrando qual a política correta a ser seguida pela esquerda.
A posição das torcidas nessa situação é repudiar a política do governo Bolsonaro. Não é possível nenhum tipo de conciliação com esse tipo de posicionamento, pois qualquer tipo de comemoração ou de reconhecimento de vitória por parte da esquerda nesse embate, só levará ao fracasso. Essa é uma briga de setores da burguesia e a política correta a ser seguida é intervir nesse embate, mas não em apoio a Bolsonaro, mas rechaçando o governo golpista. Pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas!