O Censo demográfico, realizado de dez em dez anos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é um importante evento para os brasileiros terem uma melhor dimensão e compreensão da realidade dos lares dos trabalhadores. Por ser um levantamento bastante completo, o Censo é capaz de revelar muitas coisas que às vezes ficam ocultas aos olhos dos brasileiros, ou revelam também aquilo que o governo tem interesse de esconder da população. Com o governo golpista de Jair Bolsonaro, o Censo tem sido vítima de manobras para que o mesmo não seja executado, ou que seja feito com uma grande redução de informações coletadas.
Primeiro o governo fez um verdadeiro desmonte no Censo demográfico, fazendo alterações para que ele se tornasse o mais simples possível e com menos riqueza de informações, e agora o governo planeja pela segunda vez seu adiamento para que não seja realizado.
O ano de 2020 seria mais um ano de realização do Censo, mas com a desculpa da pandemia, o governo adiou para 2021, isso com as mudanças já realizadas no seu formato, mas agora o governo golpista coloca em discussão mais uma vez o seu adiamento para 2022, e o pior, que o orçamento destinado para o IBGE no Censo, cerca de R$2 bilhões, sejam transferidos para o ministério da Defesa, ou seja, para as mãos dos militares. O interesse do regime golpista é grande na questão de adiar cada vez mais o Censo demográfico, afinal essa seria uma forma de esconder o verdadeiro desastre que está sendo o governo de Jair Bolsonaro e o beneficiando com seu eleitorado e também mantendo falsas aparências com o resto dos trabalhadores. Apesar da tentativa, o caos social formado no governo Bolsonaro é impossível de esconder, onde temos uma grande massa trabalhadora desempregada (a população economicamente ativa desempregada é maior do que a empregada formalmente), além das milhões de pessoas que estão entrando para a linha da pobreza e continuam sem acesso a serviços básicos como luz, água e saneamento básico. Outro fator que beneficia Bolsonaro com o adiamento do Censo é que os dados coletados e apresentados servem de referência também para as políticas públicas, ou seja, estes dados podem determinar que é necessário a ampliação de programas sociais, determinar quantas pessoas ainda estão desamparadas pelo Estado, colocando o governo numa obrigação de atender essas demandas, coisa que não é do interesse golpista atender a população mais vulnerável, nem mesmo neste cenário combinado de pandemia e crise econômica.
Outro agravante da não realização do Censo é a destinação do dinheiro que originalmente seria do IBGE para o Ministério da Defesa. É mais uma forma de tentar garantir que a população se acomode diante de realidade existente, pois retira o direito dos trabalhadores de saberem o que está acontecendo e ainda irão utilizar o dinheiro para mais repressão ao povo diante de situação tão grave, o governo Bolsonaro nunca escondeu a sua preferência em beneficiar a ala militar e aos aparelhos repressivos do Estado. O que o governo tenta fazer é uma tentativa de camuflar aquilo que a maioria da população já sabe por que vive na pele, e sua tentativa de impedir que a população se volte contra isso é praticamente inútil. Jair Bolsonaro tenta esconder o desastre econômico, social, de saúde (com a pandemia) e todas as outras pastas que compõem o governo e que até agora só foram ladeira abaixo com a sua péssima administração para com os trabalhadores, que só beneficiaram os militares e a burguesia. O governo de Jair Bolsonaro deve ser derrubado pela mobilização popular, para que nada mais seja ocultado e restringido da população, sejam as informações da sua realidade ou o direito de buscar os seus direitos para uma sociedade mais justa com a classe operária.