Em entrevista a Shane Smith, da Vice, Edward Snowden falou sobre como os governos estão se aproveitando da crise do coronavírus para criarem ditaduras ao redor do planeta, restringindo os direitos democráticos das populações sob o pretexto de o fazerem para combater a pandemia. Snowden é um ex-empregado da CIA e da NSA, que revelou ao mundo o sistema de espionagem dessas agências em 2013.
Além da declaração de estado de emergência em vários lugares do planeta, da suspensão de direitos democráticos e individuais, os governos também estão se utilizando de dados pessoais da população e dos dados de locomoção das pessoas para saberem exatamente onde essas pessoas estão, através de mapeamentos por meio dos telefones celulares.
Segundo Snowden, da mesma maneira com que o episódio do 11 de setembro nos Estados Unidos gerou guerras que até hoje são travadas pelo imperialismo, o caso coronavírus pode fazer com que caiamos em um estado eterno de um pseudo combate à pandemias, restringindo direitos da população em uma suposta luta contra algum tipo de vírus que ninguém mais saberia qual é.
Podemos constatar algumas dessas observações de Snowden na prática. No Brasil, por exemplo, governadores como João Dória e Caiado estão sendo apoiados por alguns setores da esquerda por intensificarem a repressão contra a população na suposta luta para que as pessoas fiquem em casa, o que pode levar a uma ditadura com uma repressão muito mais forte do que a já existente no Brasil.
A esquerda acaba justamente apoiando a ala imperialista da direita dita democrática, ou dita “direita civilizada”, fazendo com que essa ala tenha muito mais sucesso em implantar uma ditadura do que a própria ala da extrema-direita.
Durante a entrevista, Snowden também alertou sobre o fato de que apesar de termos a tecnologia suficiente para lidar com o vírus, os sistemas de saúde já vinham sendo destruídos de antemão, mesmo sabendo que um vírus desse tipo provavelmente apareceria. Além disso, todos os gastos dos governos são no sentido salvar as empresas capitalistas e os bancos, enquanto a maioria da população morre de fome, de doença e da repressão do estado.