O Brasil é um dos países que menos realiza os testes de coronavírus em todo o planeta. Aquilo que deveria ser o mínimo para, não só informar a população dos números corretos da doença no país, mas também para poder isolar aqueles que estão doentes para que não espalhem a doença aos demais, não vem acontecendo no país.
O problema não é só a falta de testes no mercado, já que para isso bastaria que o governo tomasse conta da indústria e a obrigasse a produzir testes, além da produção de outros produtos, como máscaras, luvas e álcool em gel. O que acontece no Brasil é que, na verdade, o governo estabeleceu como política que a população não seja testada, justamente para que não tenha noção exata do que está acontecendo e assim não tome nenhuma providência contra o governo e contra a burguesia.
Há todo um planejamento para que não se tenha noção exata do que está acontecendo: as estimativas de mortes no Brasil, feitas pela Abin, só vieram a público por conta de um vazamento; hospitais em São Paulo estão recebendo e-mails para não notificar casos suspeitos da doença valas comuns são abertas pelo país e escondidas da população; a Anvisa proibiu os testes de temperatura em alguns aeroportos de alguns estados, além de permitir que passageiros dos EUA – país mais atingido pelo vírus – venham para o Brasil sem nenhum tipo de controle e etc.
Tudo isso enquanto a única política dos governadores de alguns estados é a de uma fajuta quarentena, que só é possível para a burguesia e para alguns membros da pequena burguesia, já para a classe trabalhadora a opção é sair de casa para trabalhar em ônibus lotados, fábricas em condições insalubres e lidar com a repressão da polícia (com a própria esquerda defendendo essa repressão em alguns casos).
Para piorar a situação, o Brasil não vive somente a epidemia de coronavírus. Há casos de dengue, chikungunya, zika vírus, H1N1 e outros tipos de gripe. A falta de testes faz com que o povo brasileiro morra sem nem mesmo ter a possibilidade de saber a doença que causou sua morte antes de partir.
Está na cara que vai haver um genocídio no Brasil. Talvez seja a pior catástrofe pela qual o País já passou. É por isso que não se deve dar nenhuma confiança aos governos estaduais, municipais e ao governo federal. A classe trabalhadora só tem uma saída, que é a própria organização para superar a crise. É isso, ou como diz o famoso poema Pneumotórax de Manuel Bandeira: “A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”.