Muitos clubes brasileiros adotaram medidas de cortes salários com o início da pandemia do vírus Corona. A crise capitalista atingiu em cheio os clubes de futebol de todo o mundo. Mesmo os clubes europeus com maiores condições financeiras e seu sustento garantido pelo imperialismo não foram capazes de contornar facilmente a crise.
Times como Barcelona, Juventus, entre tantos outros anunciaram após prévio acordo com os jogadores uma série de cortes salariais. No Barcelona o corte chegou a 70%.
Já no Brasil, onde a situação financeira era consideravelmente pior, muitos clubes já passavam por graves condições financeiras. Clubes tradicionais apresentam sérios riscos de falência, e agora, com o estourar da crise capitalista mundial, este risco foi multiplicado exponencialmente.
O São Paulo, um dos mais tradicionais clubes do país, segue o mesmo caminho. Já apresentando dificuldades, o clube teve déficit de R$150 milhões no ano anterior. Além disso, seus conflitos internos, ameaça de impeachment e agora a forte crise capitalista não permitiram que seus principais patrocinadores, como o Banco Inter, ainda fizeram proposta de renovação de contrato.
Se em anos anteriores, o déficit já representava 35% da receita, agora com a paralisia dos campeonatos, a falta de patrocino garantido e o fato de não haver a renda de bilheteria fez com que a situação piorasse drasticamente.
A sanha dos grandes capitalistas envoltos no mercado de futebol fazem com que o clube seja pressionado a agir mediante a crise, o alvo fácil é claro, são justamente os trabalhadores.
Como principais funcionários do clube, os jogadores de futebol foram atingidos pelos cortes de salários. Primeiramente a proposta foi discutida mediante negociação. No entanto, os jogadores não aceitaram, o que fez a direção impor um corte de 50% dos salários à revelia dos funcionários.
Em grande medida, a imprensa não só deixa de denunciar tal situação como também apoia e busca justificar o ataque aos jogadores.
Contudo, vale relembrar que os jogadores do São Paulo, aqueles que recebem grandes salários, são uma minoria no futebol brasileiro. A grande maioria recebe no máximo um salário minimo, e a ação da diretoria são paulina abre as portas para uma série de ataques aos direitos trabalhistas dos jogadores.
Esta situação tende a se expandir, e atingir como já vem sendo, todos os trabalhadores.