O Santos Futebol Clube informou publicamente que registrou mais 13 casos de Covid-19 entre os profissionais do futebol masculino, totalizando 20 profissionais infectados, 10 jogadores e 10 outros profissionais, incluindo o técnico Cuca. Seu irmão, conhecido como Cuquinha, é auxiliar técnico mas estava comandando o time e também testou positivo.
A equipe feminina, por sua vez, tem nada menos que 22 jogadoras infectadas. Do elenco feminino profissional, o Santos conta com apenas 7 à disposição para jogar. Esta modalidade, que já sofre com a falta de investimentos, expressa a precarização das condições para a retomada dos jogos.
Este novo surto de Covid-19 no futebol se soma muitos outros, como o sofrido pelos profissionais do Flamengo, Vasco, Fluminense, Grêmio (feminino), Operário-PR, Figueirense e o Rio Branco (que disputa a Série D do Brasileirão). Isso para citar alguns dos casos ocorridos só no Brasil e que tiveram destaque na imprensa.
Ao redor do globo, nos mais diferentes países, casos semelhantes também vão se acumulando. No entanto, nenhum sinal de recuo nessa irresponsável retomada dos campeonatos de futebol.
Como temos noticiado insistentemente neste Diário, a pressão pelo retorno das grandes competições esportivas atende apenas aos interesses dos capitalistas que lucram com o setor esportivo. Toda a retórica sobre “protocolos de segurança” não passou de uma cortina de fumaça para encobrir que a vida dos atletas e demais profissionais não tem a mínima importância para esses parasitas econômicos.
Além do risco imediato dos efeitos da infecção aos profissionais, como efeitos colaterais e nos casos extremos a morte, é preciso ter em mente que esses surtos não se restringem a eles. Ou seja, seus familiares e os profissionais de outros setores econômicos mobilizados pelos jogos e treinos também podem estar sendo infectados, apesar desses casos não serem expostos na mídia burguesa.
Chegamos a presenciar aqui no Brasil uma atuação bizarra da CBF na administração das infecções. Jogadores infectados foram liberados para jogar com o argumento de que estavam em fase final da infecção, onde não existia risco de transmissão. Além disso, jogadores já infectados foram liberados pois segundo a entidade não podiam se infectar novamente, um verdadeiro “chute” sem qualquer respaldo científico.
Os jogadores e demais profissionais não podem contar com nenhum bom senso da parte dos patrocinadores, para proteger as próprias vidas e daqueles com quem convivem só contam com sua própria organização.