A pedido do governo da República Centro-Africana, a Rússia enviou 300 instrutores militares após uma tentativa de golpe antes das próximas eleições.
“Para ajudar Bangui a reforçar as capacidades defensivas da República Centro-Africana [CAR], a Rússia respondeu rapidamente à demanda do governo [centro-africano] e enviou 300 instrutores adicionais para o treinamento do Exército nacional”, disse o ministro russo da Relações Exteriores, Sergey Lavrov, em um comunicado.
Nesta segunda-feira, 21, o governo de Bangui declarou que a Rússia e Ruanda enviaram tropas e suprimentos para apoiar o presidente centro-africano Faustin-Archange Touadéra, no âmbito de um acordo de cooperação bilateral existente. Por parte do governo russo, a ajuda ao país africano busca dar abrigo do referido pacto e a estabilizar a situação interna do país.
Ratificando o acordado, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, disse que as eleições presidenciais na República Centro-Africana ocorrerão conforme planejado, isto é, em 27 de dezembro, apesar de “forças destrutivas” tentarem “interrompê-los”. O Kremlin, por sua vez, já havia alertado quanto aos aportes enviados do exterior aos grupos rebeldes, abastecendo-os de maneira satisfatória e que tinham como objetivo “interromper o processo eleitoral”. A República Centro-Africana tem protagonizado uma série de episódios de violência e confusão no processo de transição desde o final de 2013, quando grupos armados cristãos iniciaram uma campanha de terror contra o povo muçulmano de Séléka, resultando na derrubada do governo de François Bozizé em março de 2013.
À época, os depoimentos de Bozizé incendiaram a situação política nacional acirrando os confrontos entre os grupos armados até que a Organização das Nações Unidas (ONU) decidir pela proibição de todos os seus países membros de fornecerem qualquer tipo de armas e munições ao governo do país. Ademais, a Missão Integrada Unidimensional das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA, em francês) foi colocada em prática para normalizar a situação.