Realizou-se nesta sexta 29 de maio, a Reunião Conjunta dos Setores das IEES/IMES e das IFES do Andes-Sindicato Nacional . O tema central da reunião, como não poderia deixar de ser: a crise sanitária do coronavírus e a crise política.
O movimento docente universitário, como aliás praticamente todo movimento sindical, encontra-se paralisado devido a política da burocracia sindical de suspender as lutas. Como se uma adesão a medidas protetivas em defesa da “ vida” devesse provocar o fechamento dos sindicatos.
Essa política de “quarentena sindical” permitiu que os patrões e suas representações políticas pudessem, de maneira violenta, atacar ainda mais os trabalhadores. O aumento das demissões e corte salários, bem a obrigatoriedade de trabalho sem condições protetivas, expondo os trabalhadores a contaminação pelo coronavírus expressam a ofensiva sem precedentes dos patrões.
Nas universidades a coação pelo “ restabelecimento” das atividades mesmo com a proliferação do vírus tem se transformado em uma constante. Na maioria das instituições de ensino a pressão é pela constituição de “trabalho remoto” e pelo estabelecimento de um arremedo de EAD. Isso, não existe nenhum preparo prévio e com precárias condições para que os estudantes possam efetivamente acompanhar o “ ensino à distância”.
Além disso, a frente ampla formada pelo Congresso Nacional, pelos governadores e pelo governo Bolsonaro estabeleceram um plano de “socorro aos estados e municípios” que estabeleceu o congelamento salarial dos servidores públicos até final de 2021. Ou seja, a frente ampla golpista estabeleceu os trabalhadores como bode expiatório.
O principal ponto de pauta da reunião conjunta dos setores do Andes foi justamente a conjuntura política. A discussão sobre a crise do governo Bolsonaro, as ameaças de golpe por parte dos militares no contexto da crise econômica e sanitária esteve presente em todas as falas.
As seções sindicais presentes na reunião por vídeo conferência discutiram este cenário de ataques contra os trabalhadores, e apesar da vacilação presente nas intervenções, as posições predominantes eram de que é preciso mobilizar, que não se pode continuar apenas com a “ militância virtual” nas redes e que é preciso atividades de ruas.
O Andes é uma das entidades sindicais que assinaram o pedido popular pelo impeachment. O representante de educadores em luta presente na reunião salientou a importância da mobilização efetiva, e que não se pode esperar que o Congresso Nacional dominado pelo centrão possa aprovar uma saída progressista. Além do mais, é preciso uma campanha pelo Fora Bolsonaro, novas eleições. O pedido do impeachment tem que se visto como ponto de partida para uma mobilização popular pela derrubada não somente de Bolsonaro, mas de todo regime golpista;
Por fim, foi definida a participação do Andes no calendário de mobilização aprovada pelas frentes (frente popular e frente povo sem medo). A tarefa colocada é a construção de uma unidade no movimento docente para lutar pelo reivindicações dos trabalhadores, pela defesa da universidade pública e pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas.