Dia de Luta do Povo Negro, 20 de novembro é celebrada e morte de Zumbi dos Palmares, aquele que, na defesa do povo quilombola, engendrou uma série de derrotas às potências colonizadoras durante a resistência do Quilombo dos Palmares. Ele organizou uma verdadeira revolta negra, que, tempos depois, iria se espalhar pelo Brasil inteiro. Foram centenas as revoltas quilombolas que tentaram se livrar do jugo da escravidão. O negro se organizava, desde aquela época, contra a opressão do regime.
Após um século de tentativa fracassada de acabar com o Quilombo dos Palmares, em 20 de novembro de 1695, uma tropa mercenária, contratada pela coroa portuguesa e por usineiros de açúcar da então capitania de Pernambuco no nordeste brasileiro, acabavam com o último foco da resistência armada dos escravos. Zumbi era morto em combate, sua cabeça foi decepada do corpo, enfiada em uma estaca e exibida na cidade Olinda na praça principal, para mostrar que o líder negro não era imortal e para meter medo nos escravos a fim de prevenir futuras rebeliões.
Após dezenas de expedições fracassadas pelos portugueses e holandeses, em 1677 o soldado Fernão Carrilho é bem sucedido, invade o povoado, ferindo Ganga Zumga que era o chefe dos quilombolas desse período e fazendo cerca de 200 prisioneiros. Essa expedição apresentou o resultado de que teriam destruído o Palmares e vencido os negros, o que abriu uma cisão no interior da lideranças de Palmares. Ganga Zumba decide estabelecer uma negociação com os brancos e procurar um tratado de paz. A maioria dos quilombolas viram as costas para o chefe Ganga Zumba e continuarão a luta com um novo chefe, Zumbi.
As histórias sobre o passado de Zumbi divergem dentro da historiografia, porém o mais provável é que teria nascido livre em Palmares, seria casado e tinha filhos. O quilombo dos Palmares localizado na serra da barriga, próximo ao legendário mocambo do Macaco , no município de União dos Palmares, região hoje pertencente ao estado do Alagoas. A morte de Zumbi e a repressão contra o Quilombo de Palmares até os dias atuais sofrem com a historiografia que procura retirar a legitimidade histórica da resistência negra e os métodos de Zumbi na luta contra os regimes escravistas.
Para enfrentar o regime opressor daquela época, Zumbi levou os métodos corretos de luta, organizou o povo, inclusive militarmente, para reagir a altura na luta contra a coroa portuguesa, os senhores de engenho e os grandes latifundiários que atacam os Quilombos fortemente armados em diversas ocasiões. As rebeliões escravas que perdurou os três séculos de escravidão brotavam por todos os estados do país. Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de janeiro, São Paulo, na região Amazônica e até em Santa Catarina, os rebelados criaram centenas de Quilombos.
Os Quilombos são retratados de maneira equivocada por muitos historiadores como sendo uma forma subalterna de resistência a escravidão, sem concepção de conjunto, sem projeto político existiam apenas para agrupar escravos foragidos. Na verdade, muitos escravos detinham conhecimento como agricultores, metalúrgicos e armeiros. Nos Quilombos a economia era vigente, haviam um intenso comércio entre moradores e habitantes das regiões próximas, com os quais os escravos trocavam produtos agrícolas e gado principalmente por armas e munições.
“Justamente a importância histórica do Quilombo dos Palmares é que mostra que, diante da crise do regime colonial, a revolta escrava apresentava um alto potencial subversivo em relação ao regime escravista em seu conjunto” – Rui Costa Pimenta.
Zumbi jamais pensou em atuar com passividade diante da burguesia ou de acordo com os interesses à frente dos ataques e da opressão do regime de escravidão. Zumbi rejeitou os acordos com o governo colonial feito por Ganga Zumba, líder politico e militar Zumbi tinha uma determinação revolucionária. Ele não era apenas um chefe energético, é um símbolo da resistência negra com altas qualidades morais, compreensão politica e em defesa da independência do Quilombo diante do opressor.