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Frente eleitoral "socialista"

PSTU: colaboração de classes só se for com o Psol

De fora da frente proposta por Psol, o PSTU se esconde atrás de uma formulação esquerdista para defender a mesma política eleitoral

Em coluna publicada no última dia 11, Julio Flores, do PSTU procura polemizar com o dirigente do Psol no Rio Grande do Sul, Roberto Robaina, que é membro da corrente de Luciana Genro dentro do partido, o Movimento da Esquerda Socialista (MES). A polêmica gira em torno da discussão sobre uma proposta de frente eleitoral proposta por Robaina para a prefeitura de Porto Alegre.

Segundo o artigo, Robaina propõe uma frente eleitoral composta por Psol, PT, PCdoB e UP para derrotar Marchezan (PSDB), tendo como cabeça de chapa Manuela D´Ávila e um elemento do próprio Psol ou do PT como vice. O critério da frente seria aquela chapa que teria maiores condições de vencer.

Segundo o artigo do PSTU, “A Frente Ampla eleitoral não é uma necessidade e não se justifica”. Segundo o autor da coluna, o PSTU está disposto “a debater com o PSOL em Porto Alegre a possibilidade de uma frente socialista e de classe para disputar as eleições municipais, uma alternativa socialista para lutar por um governo socialista dos trabalhadores, disposto a governar com conselhos populares.”

 

Formulação diferente, conteúdo semelhante

 

A crítica do PSTU à frente proposta pelo Psol pode parecer, à primeira vista, correta. Sem conhecer a história e o conteúdo de classe do Psol e do próprio PSTU é difícil compreender o que está por trás da proposta deste último de uma “frente socialista e de classe”.

A formulação de aparência mais radical serve apenas para esconder a mesma política de colaboração de classes.

O que o PSTU esconde, ao aceitar o Psol numa “frente (eleitoral) socialista” mas rejeitar o PT e o PCdoB, é que o Psol é parte dos partidos de colaboração com o regime. Não à toa, elementos importantes do Psol, como Marcelo Freixo e Guilherme Boulos, tem participa de articulações cujo principal objetivo é a realização de uma frente ampla, não apenas entre os partidos da esquerda, mas com partidos da direita golpista como PSB, PDT e PSDB.

Se fazer uma frente com PT e PCdoB é endossar uma política de colaboração de classes na eleição, fazer uma frente com o Psol é exatamente a mesma coisa. Com exceção de que uma frente PSTU-Psol não teria nenhum lastro eleitoral. E o Psol sabe disso, por isso, inclusive inclui PT e PCdoB e exclui o PSTU da frente.

A própria Luciana Genro, da mesma corrente de Roberto Robaina, tem sido um dos expoentes da política direitista do Psol. Apoio à Lava Jato, defesa da polícia, apenas para citar alguns exemplos recentes.

Ao defender uma frente eleitoral com o Psol, na realidade o PSTU está apenas atestando sua política de colaboração. A aparência e uma formulação mais esquerdista, com vocabulário socialista e classista, não torna uma política eleitoral menos burguesa. Não modifica o conteúdo de colaboração de classes dessa frente eleitoral.

Para citar um caso, a Frente de Esquerda nas eleições presidenciais de 2006, que apoiou a psolista Heloísa Helena, formada por PSTU, Psol e PCB, era uma típica frente de colaboração de classes. O PSTU estava lá, exigiu a vice candidatura sem sucesso e manteve-se na chapa mesmo com um vice burguês, César Benjamin. Uma chapa que teve em Heloísa Helena um porta-voz de uma política direitista de ataques aos sem-terra, defesa anti-aborto e rede nacional, política de financiamento de capitalistas. Nada disso fez o PSTU sair da frente de esquerda.

Ademais, é preciso sempre lembrar que o PSTU foi e ainda é o partido que defendeu a queda de Dilma Rousseff e a prisão de Lula, assim como o MES de Luciana Genro. Essa política não é apenas de colaboração de classes mas uma política de aliança prática com a direita.

Resta saber também se o PSTU, agora rejeitado da proposta do Psol, não vai abrir mão de seu vocabulário esquerdista para se incorporar na frente eleitoral com PT e PCdoB.

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