Menos de 24 horas depois de alguns capangas de Danilo Pássaro (PSOL/Somos Democracia) tentarem agredir, em São Paulo, Henrique Áreas, dirigente nacional do PCO, o psolista Diogo Xavier resolveu ameaçar os militantes do Partido da Causa Operária no ato dos trabalhadores de entrega por aplicativo em Recife. A manifestação, que teve início às 9 horas e fez parte da greve nacional dos entregadores, se concentrou na frente do Centro de Convenções de Pernambuco.
Ao chegarem ao ato, os militantes do PCO, que portavam panfletos, adesivos e faixas pelo Fora Bolsonaro, foram cercados por um grupo minoritário de pessoas que se diziam da “organização” do ato. Algumas delas chegaram a afirmar que seriam a favor do governo Bolsonaro, enquanto outras preferiam deixar claro que não eram “nem de esquerda, nem de direita”. Durante o tumulto, Diogo Xavier declarou para os militantes do PCO: “é melhor vocês vazarem logo, antes que a coisa fique feia para vocês”. No dia 7 de junho, o psolista já havia tentado impedir que o carro de som do PCO acompanhasse o ato pelo Fora Bolsonaro em Recife.
Não é possível entender a declaração de Xavier como outra coisa que não seja uma ameaça. Outros elementos que se diziam parte da “organização” e que supostamente não seriam de partido algum também dispararam advertências semelhantes. Os militantes, no entanto, não cederam à pressão dos bolsonaristas e do PSOL e permaneceram no ato.
O PCO não admite ser intimidado pela Polícia Militar, nem pela extrema-direita. Não vai ser um militante do PSOL que irá lhe expulsar dos atos. A tentativa de intimidação ao PCO se deu porque foi o único partido que esteve presente no ato com suas bandeiras. O objetivo dessa política bolsonarista, no entanto, não é intimidar apenas o PCO, mas todos os setores combativos que participem dos atos de rua, levando suas bandeiras e usando a cor vermelha. É preciso combater duramente esses setores cujo único objetivo é acabar com as manifestações em favor dos interesses da “frente ampla”.