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Escola do fascismo

Ex-PM admite que gostava de bater em mulheres, idosos e favelados

Evandro Guedes, ex-PM, abre o jogo em curso destinado a policiais militares.

Um vídeo que entrou em circulação nas redes sociais na última semana está demonstrando, de maneira despudorada, o que é a Polícia Militar e o que pensam os seus agentes. Trata-se da transmissão de uma aula do ex-policial militar Evandro Bittencourt Guedes, fundador da plataforma de cursos preparatórios AlfaCon.

Em um período extremamente curto — cerca de três minutos —, o ex-PM conta pelo menos duas histórias que revelam seu total desprezo pelas mulheres, idosos e, como não poderia deixar de ser, negros. Na primeira delas, Evandro Guedes afirma o seguinte:

Evandro, você já bateu em muita gente? Já, inclusive nas putas. Entrava e tomava todo mundo borrachada. Evandro, você era violento na Polícia Militar? Muito violento. Evandro, você pegou dinheiro? Nunca, sempre fui honesto pra c*. Mas porrada, sobrou. Eu dei porrada em todo mundo: homens, mulheres, crianças, velhos e adolescentes.

Em outro momento, o fascista conta o seguinte:

Eu fui trabalhar no Maracanã e o capital falou assim: não olha para o campo, olha para a geral. Falei: Fla x Flu você olha para o campo, e olhei para o campo. E o que aconteceu? O desgraçado do favelado, é isso mesmo, favelado, feio pra c*, mijou na latinha de Coca-Cola e mandou, no calor desgraçado de 4h30 da tarde, em um domingo. Aquela p* bateu nas minhas costas e até hoje eu tenho uma raiva. (…) P*, mijo de favelado! A p* dos favelados, aquela crioulada, estava todo mundo rindo. (…) O capitão perguntou: ‘quem foi?”. Falei: ‘não sei, está todo mundo sem dente, feio, com a camisa do Flamengo, olhando o radinho, sei lá, foi ali. O capitão reuniu todo mundo e falou: fatia daqui para ali, pode bater em todo o mundo. Eu falei: ‘é comigo mesmo”.

Como era de se esperar, nenhum dos atos comentados pelo ex-PM tiveram qualquer consequência. Afinal de contas, conforme fica claro em seu relato sobre o massacre no Estádio do Maracanã, tudo o que era feito não era somente consentido pelos seus superiores, mas sim ordenado pelas hierarquias mais altas.

A forma como Evandro Guedes pensa sobre as mulheres, os negros e todos os setores oprimidos da sociedade é exatamente a mesma como pensa a burguesia. A mulher, para a sociedade capitalista, não merece qualquer direito, deve ser tratada como lixo. Sua existência só é permitida para a reprodução e para fazer as tarefas das quais o homem conseguiu se libertar. Nesse sentido, encher a mulher de porrada é sempre conveniente para a direita, para que nunca se atreva a levantar a cabeça.

O favelado, por sua vez, todo mundo sabe o que significa. É o negro, pobre, obrigado a vender toda a sua força de trabalho por uma esmola que muitas vezes sequer é capaz de garantir a sobrevivência de sua família. Ou seus filhos, a quem lhe é negada qualquer possibilidade de emprego ou formação. Os favelados, são, no final das cotas, os que carregam toda a sujeira que a sociedade capitalista procura esconder debaixo do tapete: a desigualdade social, a farsa da meritocracia, a falta de saneamento básico, a falta de escolaridade e a desnutrição. Por isso, é preciso que a Polícia Militar esteja sempre operando para evitar que o povo pobre e negro exponha as contradições do regime.

A Polícia Militar é, toda ela, fascista, e não haveria outro modo de ser, porque é o braço armado do Estado. Isto é, é a instituição estatal responsável por garantir, no limite entre a vida e a morte, entre a submissão e a violência que os interesses da classe dominante sejam atendidos. E como tais interesses não podem ser atendidos de bom grado, visto que resultarão na exploração infinita de toda a população, só resta à PM agir como uma milícia assassina e mercenária.

Mulheres, pobres, negros, travestis e velhos — enfim, os trabalhadores e os demais explorados — não devem, no entanto, ficar calados enquanto os agentes da repressão pintam o meio-fio com seu sangue. É preciso organizar todos para enfrentar a direita em todas as formas em que ela se manifeste. Se a Polícia tem nojo de pobre, é preciso ter nojo da Polícia. Se nos considera um problema para a sociedade, também a consideramos. E se nos reservam balas para nos receber, podem ter a certeza que as balas serão devolvidas em dobro, triplo, dez vezes mais, cem vezes mais, até a covardia típica dos mercenários jogar a farda no chão e abandonar seu posto.

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