Em nota divulgada na última quinta-feira (27/02) em seu sítio na internet, o Partido Comunista Brasileiro, se posicionou sobre o recente ataque ao congresso proferido pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, quando via redes sociais, postou um vídeo convocando sua base eleitoral a se manifestar pelo fechamento do Congresso nacional.
O documento do PCB diz repudiar o ataque, classifica como um ato golpista e que deve ter uma resposta enérgica e unitária “pelo conjunto dos movimentos sociais organizados, partidos da esquerda socialista, forças democráticas e organizações de luta”. Convoca a sua militância a participar das manifestações durante este mês de Março.
O diagnóstico do ato do Bolsonaro e a retórica conclamação à militância às mobilizações de rua, usando adjetivos como “enérgica, unitária” e chavões como “não podemos nos render ao calendário eleitoral…” pode até enganar os mais empolgados ou desatentos. Mas, o ponto principal a destacar sobre as conclusões do PCB é que esconde a principal palavra de ordem do país, que está tomou as ruas no carnaval e é o instrumento real para levantar um movimento real de confrontação da população contra o governo, que é o Fora Bolsonaro.
As declarações do PCB ficam em franca contradição com toda a insatisfação popular com o regime golpista e com o governo Bolsonaro, e mostra que, apesar do partido se colocar publicamente como um partido ultrarrevolucionário, à esquerda de todos os demais, ele está, em primeiro lugar, seguindo uma política que está à reboque da burguesia, que é a política de não fazer um enfrentamento real ao Bolsonaro, buscando realizar reformas no governo, segundo, seguindo a política da Frente Ampla colocada pelos setores da esquerda pequeno-burguesa que preferem uma aliança com a burguesia golpista, o centrão dominado por DEM, MDB e PSDB, e terceiro e mais importante e perigoso, essa política é resultado na descrença do poder da classe operária como única força capaz de enfrentar a burguesia e, no caso concreto, o crescimento da extrema direita.
É uma política típica da esquerda pequeno-burguesa a qual se esforça em diagnosticar a situação golpista, fazer a denúncia, mas não apresenta uma política concreta sobre como combater o governo e, principalmente, não coloca o problema da tomada do poder pelos trabalhadores na ordem do dia.
Esse tipo de política é na verdade contra-revolucionária, jogando água em todo o potencial de mobilização dos trabalhadores e encontra diversos exemplos históricos, como no avanço dos regimes fascistas na Europa dos anos 20, 30, no qual os partidos socialistas e vários partidos comunistas seguiram a política da frente ampla, ao invés da Frente única dos trabalhadores, deixando o terreno preparado para a tomada do poder pelos fascistas, como na Itália e Alemanha, principalmente.
Outro aspecto presente no texto é o chamado à união com às ditas “forças democráticas” que quer dizer na verdade uma união com a direita golpista, o centrão da política nacional. Um erro fatal, pois foi esse grupo que deu o golpe em 2016 e pavimentou o caminho para a presidência da república, numa das maiores fraudes eleitorais da história do país, em 2018.
Assim, os trabalhadores não podem se deixar levar por políticas capituladoras como a exposta pelo PCB, que é a mesma conduzida por outros setores da esquerda. Os trabalhadores e a população pobre em geral estão cada vez mais conscientes de que ou se enfrenta o governo Bolsonaro e os golpistas nas ruas ou serão massacrados e o país devastados muito rapidamente.
Para isso a tarefa é clara, ampliar a campanha Fora Bolsonaro, criar comitês em todos as cidades, bairros, locais de trabalho, escolas e universidades e tomar as ruas de forma constante, encurralando os golpistas de forma definitiva.