A pandemia, um evento mundial de máxima importância, atraiu os olhares de todo mundo não apenas pelo alto número de mortos, mas por ter mostrado a incapacidade dos governos imperialistas do mundo todo em lidar com a doença.
O ano de 2020 foi um ano de um número de mortes acima do normal. Ao menos mais 356 mil pessoas morreram nos Estados Unidos desde o início da pandemia.
Entretanto, se engana quem acha que estas mortes a mais são fruto apenas do Coronavírus. Segundo levantamento do New York Times, a partir de estimativas dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças, mais de um quarto destas mortes estão ligadas a outras enfermidades, como diabetes, mal de Alzheimer, pressão alta e pneumonia.
As mortes em decorrência de complicações advindas das doenças citadas foram, pelo menos, 11% maiores que o normal. Mesmo que algumas destas mortes tenham sido causadas pela pandemia, pois há, nos Estados Unidos, uma grande incapacidade de realizar testes em massa, os números mostram que o sistema de saúde norteamericano enfrenta uma grave crise além do COVID-19.
Steven Woolf, diretor emérito do Centro em Sociedade e Saúde da Universidade da Commonwealth da Virgínia, afirma que um fator, que causou este grande número de mortes por outras doenças, tem caráter econômico. A retração econômica ampliada pela pandemia e pela inabilidade do governo em garantir as condições mínimas de sobrevivência à população fez com que as pessoas tivessem que escolher entre comer e comprar remédios.
Assim como o também fascista Jair Bolsonaro, Donald Trump praticou uma política genocida nos Estados Unidos, criando filas e mais filas de desempregados e famintos no país mais rico do mundo. Uma prova definitiva e definitória que o capitalismo é um sistema podre e que precisa ser destruído imediatamente.
Nos Estados Unidos, o sistema de saúde público é praticamente inexistente. Assim, o sistema de saúde todo torna-se uma grande bolha especulativa, onde os valores até mesmo para atividades rotineiras como consultas e exames simples pode atingir valores absurdamente altos.
Somando a queda na renda da classe trabalhadora ao alto custo da saúde, os trabalhadores enfermos, muitos impossibilitados de exercer suas profissões, seja pelo desemprego, seja pelo isolamento social, deixaram de cuidar da sua própria saúde devido aos altos custos.
Os impactos futuros ainda serão mais violentos. Apesar de boa parte dos mortos pela pandemia e por estas outras doenças serem pessoas já com idade mais avançada, representa um número bastante significativo. Em uma economia que dá sinais contínuos de queda e que ainda sofre os impactos da crise de 2008, a perda de cidadãos será fortemente sentida. Além disso, não é de se esperar um aumento no número de nascimentos, como ocorrido após a Segunda Guerra Mundial, pois as famílias estão com renda menor e o custo de partos e outros procedimentos relacionados à maternidade são muito altos. Deste modo, as famílias terão mais cuidado ao terem novos filhos.
A crise do sistema de saúde americano mostra como a política neoliberal de estado mínimo e a erosão da renda do trabalhador é fruto de um sistema de produção doente e apodrecido. Enquanto bilionários como Jeff Bezos (dono da Amazon) enriqueceram durante a pandemia, mais e mais trabalhadores morrem por não terem o mínimo de assistência de saúde.