No estado do Rio de Janeiro, são 1.253 óbitos suspeitos de terem como causa o COVID-19 sem confirmação desde o mês de março. Até o momento, passados três meses, não há previsão para a análise e divulgação dos resultados.
Estes casos não entram na estatística oficial publicada pelas autoridades sanitárias do Estado. Nesta segunda-feira (15), havia sido registrado um total de 7.728 vítimas do coronavírus e 79.572 infecções somente no Rio de Janeiro. São 14 laboratórios que possuem convênio com o governo estadual e que recebem testes realizados nos 92 municípios.
O desconhecimento das causas desses 1.253 óbitos demonstra que há um esforço por parte dos governos de direita no sentido de esconder a realidade da população. Isso inviabiliza o conhecimento público sobre a situação da pandemia no país e sua amplitude. Inclusive, a manipulação dos dados expõe a população ao risco de contágio e impossibilita que estratégias de enfrentamento sejam levadas adiante.
Não há intenção de organizar o povo para enfrentar a pandemia, uma vez que o poder público omite os dados da população e até de si mesmo. No Brasil, são 961 mil casos confirmados e 46.679 mortes.
A pandemia do COVID-19 é um verdadeiro hecatombe sobre o país dominado pela extrema-direita golpista. Os governos direitistas nada fazem de efetivo para enfrentar a pandemia. Nem sequer os equipamentos de proteção individual foram distribuídos. Milhares de trabalhadores foram demitidos em meio à pandemia e os governos têm avançado na retirada de direitos trabalhistas e no aprofundamento da terceirização.
Como afirmou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é necessário que a direita se aproveite da pandemia para “deixar passar a boiada”, isto é, aprovar rapidamente todo tipo de medida impopular e aprofundar ataque aos trabalhadores e suas condições de vida.
O sistemático ocultamento dos dados de mortes e infecções pelo COVID-19 é parte da estratégia montada para reduzir os abalos sobre o regime político golpista, incapaz de dar respostas efetivas para as necessidades da população. Na falta de medidas, ou se esconde ou nega-se os dados para negar a própria realidade. Em diversas ocasiões, o presidente fascista Jair Bolsonaro esclareceu que que quem tiver que morrer, morrerá. Disse ainda que a morte é uma lei natural e o destino de todos. Com isso ele quer dizer que, na qualidade de Presidente da República, vai continuar a deixar a população abandonada e sem qualquer amparo do poder público. Para os golpistas, é preciso organizar a mortandade para administrar a crise, sobretudo para impedir que a população tome as ruas.