A tensão entre o povo negro dos Estados Unidos não para de crescer. Neste sábado um grupo de eleitores organizaram uma marcha protesto e direção a um local de votação da eleição presidencial . A marcha se autointitulava “Eu Sou a Mudança”.
Os manifestantes vestiam suéteres pretos com a imagem falecido congressista da Geórgia e ícone dos direitos civis John Lewis. Ativista que travou uma batalha ao longo da vida contra a discriminação racial e a injustiça, sendo espancado pela polícia e preso repetidamente durante protestos contra genocídios e leis sobre a imigração.
Enquanto se dirigiam ao local de votação entoavam palavras de ordem como “A vida dos negros é importante” e prometiam “poder para o povo”. Em um momento da marcha ,à sombra de um monumento a um soldado confederado , fizeram uma homenagem à George Floyd , assassinado recentemente por um policial que esmagou seu pescoço ao chão até a morte, enquanto este implorava por sua vida.
Os manifestantes pretendiam concluir seu ato de protesto no local da votação presidencial, porém foram recebidos com equipamentos antimotim e dispersados com gás de pimenta pela polícia . Dentre os manifestantes estavam crianças, idosos e mulheres que também foram vítimas da repressão policial.
Muitas pessoas foram presas durante a marcha que tinha autorização legal para a realização o que demonstra a farsa da democracia naquele país.
“Eu sou a mudança”, “ Poder para o povo” são palavras de ordem que em conjunto com o final da marcha programado para o local de votação, evidencia a extrema polarização da população norte americana diante a opressão contínua de seus direitos. Ao longo de décadas o povo negro e pobre é assassinado e violado em seus direitos fundamentais no país da “democracia e da liberdade”.
Ainda paira no ar a revolta que motivou as grandes mobilizações de protesto pelo assassinato de George Floyd e que provocaram reações mais violentas ainda pelo aparelho repressor da burguesia norte americana.
A efervescência e polarização decorre do tratamento desumano ao qual o povo é submetido pelo regime capitalista , a extrema desigualdade social e o conflito de classes que a cada dia fica mais evidente no país.
“Eu sou a mudança” e “Poder para o povo” mostra o grau de consciência da população negra de seu poder e condição de oprimida assim como a sua crescente organização para enfrentar o inimigo: o estado opressor.
O regime político norte-americano, como em quase todo o planeta, é o representante da burguesia e inimigo da população e não se furtará a reprimir mais ainda o povo, impedindo seu direito de se manifestar e de participar da farsesca eleição presidencial onde a esquerda em vez de representar e organizar os oprimidos do país vende ilusões de que o candidato democrata, também representante da burguesia, é a arma contra a política fascista de Trump.
Todo apoio ao povo norte-americano e que sua coragem sirva de exemplo para todos nós.