Um grupo de moradores ateou fogo em pneus e os usou para montar uma barricada, bloqueando a Avenida Henry Wall de Carvalho, na Zona Sul de Teresina, nesta segunda-feira (29). O ato é um protesto contra os efeitos de uma usina de incineração de lixo hospitalar, que funciona nas proximidades do local. O protesto foi encerrado por volta das 9h.
Segundo moradores, a usina libera fumaça e exala um odor forte, que incomoda a vizinhança. Os manifestantes bloquearam um dos sentidos da avenida, num ponto próximo ao cemitério do bairro Areias.
A reivindicação dos moradores é correta, visto que a Usina se localiza no meio da cidade e a fumaça tóxica pode comprometer a saúde da comunidade. A fumaça de plástico e dejetos hospitalares invadem a casa de todas as pessoas. Os moradores pedem que a Usina seja transferida para um local afastado.
O maior problema da incineração são os poluentes gerados e lançados na atmosfera. O dióxido de carbono, que é produzido em toda combustão completa de materiais orgânicos, é o grande responsável pelo efeito estufa e pelo aquecimento global.
Outros gases produzidos podem ser dióxido de enxofre (SO2)e o dióxido de nitrogênio (NO2) que contribuem para a formação de chuvas ácidas.
Um dos maiores poluentes resultantes da incineração do lixo são as dioxinas um grupo de compostos organoclorados que são bioacumulativos e tóxicos. Essa substância é liberada principalmente na incineração do PVC, que é muito utilizado na confecção de artigos hospitalares
A população de Teresina fez o correto. Ao invés de recorrer aos parlamentares ou a justiça, foram para as ruas.
A situação política está marcada por uma evolução à esquerda, com uma forte tendência das massas populares e dos diversos movimentos de de luta, organizados ou não, a se enfrentarem com a extrema-direita nas ruas. Esse deslocamento à esquerda, claramente perceptível nas ações antifascistas que crescem em todo o país, precisam estar guiados por uma ação consciente e organizada da esquerda, dos partidos e organizações de luta dos trabalhadores, como a CUT, os sindicatos e movimentos sociais de defesa das massas populares, da população pobre e explorada.
É necessário, para que esse potencial se desenvolva, a ruptura com a paralisia e a inércia que vem marcando a postura da esquerda nacional, da oposição, seja ela institucional, parlamentar, ou diretamente vinculada às lutas sociais. Não há tempo a perder, pois a extrema-direita não será expulsa das ruas por alguma ação das instituições (justiça, parlamento).
A derrota dos neonazistas, dos bolsonaristas, somente poderá ser o resultado da ação de luta das massas populares, do enfrentamento com a extrema-direita nas ruas, e, para isso, faz-se necessário o fim do isolamento político que a própria esquerda decretou para si.