Enquanto a população vê seu modo de vida alterado pela pandemia de coronavírus, resultando na diminuição da movimentação nas ruas e uma série de restrições do seu direito de ir e vir, a violência policial bateu um novo record em março e abril (meses em que foram impostas restrições da circulação de pessoas devido ao muito parcial isolamento social), chegando a 1.198 assassinatos da polícia contra a população!
É o que aponta um levantamento feito pelo jornal O Globo e pelas secretarias estaduais de Segurança Pública. Segundo o estudo, o número é 26% maior do que os 949 assassinatos cometidos pela Polícia no mesmo período do ano passado.
Mesmo com menos pessoas nas ruas, a Polícia (sobretudo a militar!) continua sendo uma máquina de extermínio da população, que se aproveita do recuo da esquerda, que embarcou na política do “fica em casa” para aumentar sua brutalidade contra os trabalhadores e a população pobre.
Ainda segundo o estudo, só em abril foram registradas 719 assassinatos, quase o dobro dos 477 de 2019. Esse crescimento ocorreu em 10 estados! O que mostra que não é uma coincidência de um ou outro estado, mas uma política dos governantes do país, ou seja, do Estado brasileiro, de aterrorizar a população.
Esse volume gigantesco de assassinatos, fez com que os números do quadrimestre deste ano superasse o do ano passado. Além disso, os crimes violentos letais intencionais (homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte) cresceram 8%.
Buscando fazer demagogia diante da situação, governadores como o fascista João Doria (PSDB), determinaram que a polícia passe por um novo treinamento. No entanto, é preciso desmascarar essa política e denunciar o caráter de classe da polícia, que é, e sempre foi, reacionário.
Com um aparato desse, representado principalmente pela Polícia Militar, não há como ter Estado democrático de direito. A polícia é uma entidade oficial do Estado brasileiro, que promove o assassinato, em apenas 2 meses, de mais de mil pessoas! Ou seja, o Estado brasileiros é um Estado em guerra contra sua população.
Os recentes protestos nos EUA mostraram o caminho. É preciso dissolver a Polícia, que é uma máquina de guerra contra o povo, sobretudo pobre e negro. Por isso, é preciso lutar pela extinção do aparato repressivo do Estado, como por exemplo a política do Partido da Causa Operária de dissolução da Polícia. Do contrário, não há como sequer a população ter direito a vida.