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Não ignorar a luta de classes

A direita não “criou” 2013, tirou proveito da capitulação da esquerda

Malu Aires critica politica capitulado da esquerda que se juntou à direita nas manifestações contra o governo do PT mas desconsidera movimento real contra os governos da direita

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Malu Aires (segunda da direita para esquerda), participa de ato de lançamento da campanha pela anulação do impeachment em São Paulo

A companheira Malu Aires, ativista da luta contra o golpe, que participou ativamente da luta contra o impeachment e pela sua
anulação, impulsionando essa mobilização junto com o PCO (Partido da Causa Operária) e alguns setores minoritários da esquerda, em oposição à política capitulado da maioria da esquerda burguesa e pequeno burguesa que se recusaram a realizar uma ampla mobilização contra a derrubada da presidenta Dilma Rousseff, que defenderam “virara-se a página” do golpe(esquece-lo) e até mesmo se integrar aos golpistas, publicou nas redes sociais texto em que procura se colocar frente ao debate em torno do balanço que a esquerda vem realizando sobre as manifestação de julho de 2013, principalmente, após as declarações do ex-presidente Lula acusando os “EUA de promover manifestações de Junho de 2013 com o objetivo de derrubar Dilma“, que foram criticadas pelo presidente do PSOl, em nome do suposto estudo realizado por “centenas de historiadores, sociólogos e cientistas políticos de ESQUERDA“.

Visando, corretamente, criticar a política direitista de setores da esquerda (como a maioria do PSOL) que embelezaram aquelas manifestações e até chegaram a apresentá-las como a chegada da revolução ao Brasil, enquanto adotavam uma política profundamente reacionária de apoiar ou se curvar diante da tomada das manifestações pela direita, justamente para atacar o governo, o PT e a maioria da esquerda, a companheira Malu desconsidera – como quase toda a esquerda – que as manifestações surgiram de um movimento real fruto da enorme revolta popular contra a brutal repressão empregada pelos Resultado de imagem para repressão PM SP junho 2013governos da direita – em primeiro lugar do governo tucano de Alckmin (SP), contra as manifestações – de maioria estudantil. – contra o aumento das passagens. As quais fizeram os protestos de alguns poucos milhares de jovens se transformarem em atos gigantescos a partir do dia 13 de junho daquele ano.

Essa esquerda realiza uma analise subjetiva dos acontecimentos, sobre a base dos desdobramentos das manifestações, deixando de lado o que de fato aconteceu naquele movimento. Passam por cima do fato de que as mobilizações de 2013 Resultado de imagem para junho 2013foram, inicialmente, típicas manifestações de esquerda e populares, iniciadas tendo como centro a palavra de ordem contra o aumento da passagem. Se tornaram ainda mais populares quando Geraldo Alckmin do PSDB colocou sua polícia (essa sim fascista) para “arrepiar” os manifestantes nas ruas de São Paulo. Com isso, o movimento transbordou e a luta contra a repressão também se tornou uma palavra de ordem do movimento.

Adotando uma consideração de tipo fatalista (foi assim porque estava estabelecido a priori assim) esses analistas que não baseiam suas analises nos fatos, ignoram a luta de classes. Desconsiderando os fatos a esquerda deixa de lado que as manifestações que foram controladas e infiltradas pela direita, “pautadas” pelas reivindicações apresentadas pela Rede Globo, surgiram da revolta não contra o governo Dilma, mas sim contra os governos da direita cujas PM’s dispararam contra trabalhadores e estudantes, alguns para ocultar o fato de que dirigentes da esquerda, como o então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, não denunciaram a selvageria da direita e não se colocaram ao lado das manifestações contra a repressão da direita, mas buscaram achar uma solução comum pra conter os protestos, realizando reuniões conjuntas para conter as manifestações, buscando inclusive transferir parte da responsabilidade ara o governo Dilma.

Malu embarca nessa perspectiva comum, entre outros, aos que ao que ela chama de “galera” que “que saiu mesmo com a extrema-direita às ruas, naquela suruba apartidária” e aos que foram vítimas dessa ofensiva (como Lula e o PT), sem se dar conta do fato de que os primeiros apoiaram – no fundamental – a politica e os métodos reacionários que a direita buscou ditar para o movimento (apartidarismo, apoio à reacionária campanha contra a corrupção comandada pelos corruptos, frete com a direita contra o PT etc.) e os segundos se colocaram contra a mobilização real, fizeram frente com os governos da direita (como Haddad com Alckmin), não chamaram a mobilizar contra a repressão e a direita, entregaram as ruas para a direita etc.

A companheira chega ao ponto de desconsiderar essa mobilização anterior e posterior à repressão da direita, apontado que “lançar a esquerda nas ruas”teria sio apenas uma “tentativa de neutralizar a sana fascista da classe média, que já erguia suas plaquinhas, contra a PEC 37, em favor do conluio da LJ”.

Com a colaboração ativa e/ou passiva da maioria da esquerda, o movimento foi entregue à direita, e aprofundou a defensiva que levou a que a imensa maioria da esquerda não lutasse – de fato – contra o golpe (não indo além de uma rala oposição parlamentar ao impeachment), abandonasse a defesa do governo Dilma e da anulação do impeachment (o que a companheira Malu sabe foi eito por uma minoria) e buscasse uma integração cada vez maior com os golpistas, defendendo o “plano B” de substituição de Lula por outro candidato aceitável pela burguesia golpista, se recusando a mobilizar contra a prisão e pela liberdade do ex-presidente e defendo uma frente, cada vez mais ampla, com partidos golpistas que ajudaram a extrema direita a “virar” as manifestações de junho de 2013 contra a esquerda.

Mas essas consequências das derrotas sofridas em 2013 e nos anos posteriores, não deve levar a esquerda a ignorar que o movimento de 2013 foi uma grande mobilização popular, com condições inclusive de colocar em risco o regime político direitista, em particular os governos estaduais de São Paulo (PSDB), Minas Gerais (PSDB) e Rio de Janeiro (PMDB). A burguesia, sabendo desse risco, aproveitou-se da política capituladora da esquerda para tomar para si os rumos do movimento. Entregar todo aquele movimento popular para a direita é dar um atestado de que a direita é popular, tem apoio e que portanto talvez o golpe deve até ter sido merecido e Bolsonaro seria o herdeiro legítimo de tudo isso.Resultado de imagem para fora Bolsonaro

Acaba servido também à política dos que querem se opor a qualquer mobilização real contra o golpe, que hoje tem que
assumir a forma de luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, apresentando a fatalidade de que isso não é possível (como não era possível, para eles, evitar a derrubada de Dilma ou lutar pela anulação do impeachment, porque – supostamente – a direita seria toda poderosa e as massas incapazes de enfrentar e derrotar sua ofensiva).

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