A tática genocida de Rossieli Soares da Silva, Secretário Estadual de Educação do governador João Doria (PSDB) em São Paulo, de retomar as atividades escolares no maior estado da federação mesmo sem as condições sanitárias mínimas tem se mostrado um completo fracasso mais de um mês após a reabertura no estado.
Diante de uma realidade onde até mesmo os contratos para o fornecimento de merenda escolar foram interrompidos pelo governo, forçando as equipes escolares a fornecer suco industrializado e bolacha para os poucos estudantes que se arriscaram a voltar às salas de aula, era de se esperar que as famílias dos trabalhadores não fossem aderir ao plano maquiavélico do governo paulista.
Um sintoma claro da desconfiança da população em relação aos tais “protocolos de segurança”. Conhecendo a realidade das escolas públicas, a comunidade escolar resiste em aceitar a imposição do retorno às aulas presenciais pelo governo Doria.
As famílias resistem bravamente até mesmo às orientações da secretaria que pediu às escolas para que estas se disponibilizassem inicialmente apenas para dar aulas de reforço aos interessados (duas horas-aula por dia e por duas ou três vezes na semana). Simplesmente não há adesão nem nesses casos justamente porque a rotina das famílias operárias não permite ignorar o trabalho para levar e buscar os filhos no colégio.
Um estudo divulgado em agosto feito pelo grupo interdisciplinar Ação Covid-19 e da Rede Escola Pública e Universidade, trouxe inúmeros cenários da crise escolar e chegou à conclusão que mesmo os chamados protocolos sanitários adotados como solução mágica para a questão, são incapazes de evitar a continuidade dos casos de infecção em massa entre os estudantes.
Diante disso a Secretaria de Educação de SP, comprovando a incompetência dos políticos do PSDB, partiu para cima das famílias dos estudantes e dos profissionais da rede de ensino na tentativa de forçar estes atores a se comprometerem individualmente com a crise, ao assumirem os riscos pelos contágios iminentes que ocorreriam na comunidade escolar.
A baixaria dos “democráticos e científicos” é tamanha que a secretaria chegou a ponto de “orientar” uma escola da rede estadual localizada na cidade de São Paulo para que esta retirasse uma faixa que continha um comunicado da decisão legítima do conselho escolar que posicionou-se contra a reabertura da escola antes da vacinação em massa da população.
O problema é tão grave que a própria secretaria de educação assumiu que mais de 500 mil estudantes da rede estadual (15% dos matriculados) não conseguiram entregar nenhuma atividade dada de forma remota pelos professores. As razões vão desde a falta de infraestrutura computacional e de internet até a própria desmotivação discente diante de um cenário nada animador.
Em resumo a esmagadora maioria das escolas estaduais que foram forçadas a reabrir no estado de São Paulo encontra-se sem alunos. As demais diante da tentativa do governo João Doria de responsabilizar as escolas por eventuais contágios acabaram sabiamente por sequer abrir as portas à comunidade escolar.
Enquanto isso Doria se articula em torno da vacina do Butantã para tentar convencer uma população desesperada de que seu lugar é no Planalto em 2022, de preferencia através de uma frente ampla com o aval da esquerda pequeno-burguesa mais oportunista e que engolirá facilmente a conversa fiada de que a sua gestão em SP foi um exemplo de como lidar com a pandemia no país.