Ao contrário do que pensa parte da esquerda, o futebol não é uma atividade despolitizada. Como um dos mais populares, senão o mais popular, esporte de massas do mundo o futebol expressa de diversas maneiras uma série de embates políticos.
O Diário Causa Operária traz à tona muitos exemplos da politização dentro das torcidas organizadas e seus segmentos antifascistas, denunciando como a direita age tentando restringir a ação política destes grupos. Desta vez, o caso que vamos relatar diz respeito ao posicionamento público de um jogador brasileiro contra o racismo.
Nesta semana, o jogador Paulo Henrique Sampaio Filho, mais conhecido como Paulinho, divulgou em sua conta do Twitter uma contundente mensagem contra o racismo. Retuitando um trecho de reportagem exibida pela Rede Globo, o jogador escreveu: NÃO ADIANTA “não ser racista” TEMOS que ser ANTI-RACISTAS! Acrescentando um emoticon de punho cerrado, uma referência à famosa saudação dos Panteras Negras.
A reportagem publicada pelo jogador, revelado pelo Vasco da Gama, mostra um caso de racismo sofrido por uma aluna de ensino médio do Colégio Franco-Brasileiro em Laranjeiras, bairro da zona sul do Rio de Janeiro.
Através de mensagens enviadas em uma rede social, alunos deste colégio particular repetiram uma série de insultos racistas, daqueles que aparecem de tempos em tempos na imprensa burguesa, mas que marcam o cotidiano dos negros mundo afora. Nada de novo, até porque em muitos casos esse tipo de lixo ideológico é transmitido entre gerações.
É preciso elogiar a atitude de Paulinho, atualmente jogador do time alemão Bayer Leverkusen. Apesar de não figurar entre as maiores estrelas do futebol mundial, sua conta do Twitter tem quase 100 mil seguidores. Justamente pela popularidade do esporte, se posicionar abertamente contra o racismo é muito importante.
Vale destacar o tom favorável à ação política contido na mensagem, que denuncia a insuficiência de apenas “não ser racista” quando a realidade social põe na ordem do dia a necessidade do combate ativo ao racismo.