Na última terça-feira (4), o Banco Central da Venezuela (BCV) divulgou o índice de inflação do ano de 2019: 10.000%. Esse número, embora bastante alto se comparado ao do Brasil, é bastante inferior ao que foi divulgado pelo imperialismo. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), órgão controlado pelos grandes capitalistas, a Venezuela teria fechado o ano de 2019 com uma inflação de 200.000%.
A inflação de 2019, segundo registrada pelo BCV, foi, inclusive, consideravelmente menor do que a inflação de 2018. De acordo com o governo venezuelano, a inflação de 2018 teria ultrapassado o índice de 130.000%. No entanto, os dados do FMI estão tão distantes da realidade que sequer refletiram a queda da inflação: para o órgão, a inflação teria mais que triplicado entre 2018 e 2019.
A diferença entre a projeção do FMI e os dados mostrados pelo BCV não são à toa. A Venezuela, que está sob o comando de um governo nacionalista burguês há mais de 20 anos, vem sendo atacada sistematicamente pelo imperialismo — e, de maneira ainda mais incisiva, desde a crise de 2008, que levou a burguesia mundial a organizar uma nova ofensiva sobre os governos nacionalistas da América Latina. Os dados falsos apresentados pelo FMI são, portanto, parte de uma propaganda rasteira e cínica por parte da imprensa imperialista, que busca, de todas as formas, desestabilizar o regime chavista para estabelecer um governo que seja um verdadeiro capacho dos bancos internacionais.
Além da propaganda do imperialismo contra o governo venezuelano — que, além de falsificar os índices de inflação, produz calúnias e outras vigarices contra o governo Maduro, alegando que milhões e milhões de pessoas estariam insatisfeitas com seu governo —, é necessário denunciar os motivos pelo qual a Venezuela apresenta uma alta inflação. Isso se deve, fundamentalmente, a sabotagem promovida pelo imperialismo — sobretudo pelo governo norte-americano — à economia do país caribenho. As sanções norte-americanas, que incluem um embargo ao petróleo — fonte de 96% da renda no país —, levaram a uma queda substancial da produção petrolífera venezuelana, entre tantos outros ataques.