A Liga dos Campeões da UEFA terá sua final, neste domingo, em Lisboa. Enfrentar-se-ão Bayern (Alemanha) e Paris Saint-German (França). O que há de “novo” neste embate é a presença, em ambos os lados, de “camisas 10” brasileiros. Do lado alemão, Phelippe Coutinho voltou à boa forma dos tempos de Liverpool e vem sendo importante para o sucesso dos bávaros. Já pelo lado francês, Neymar, agora “adulto Ney”, parece estar mais decisivo do que nunca.
É muito comum na mídia brasileira vermos um plantão de notícias negativas sobre o futebol brasileiro. Os comentaristas, na televisão, no rádio e nos jornais, encarnam personagens que tentam, a todo momento, “vender” o futebol brasileiro como ultrapassado e os jogadores brasileiros como um aglomerado de “varzeanos”.
Obviamente, o futebol brasileiro tem seus problemas. Até porque estamos num país de capitalismo atrasado. Seria até estranho se nossos clubes conseguissem competir em pé de igualdade contra os clubes europeus. Nossos jovens craques logo são vendidos à Europa por valores que beiram o ridículo. E, quando nosso clubes conseguem trazer jogadores vindos da Europa, é porque estes se encontram em baixa na carreira. Isto que nem foi tocado na questão da infraestrutura e organização.
O que poucos vêem é que o Brasil continua sendo o maior produtor mundial de grandes jogadores. Apesar das dificuldades, os jogadores brasileiros sempre estão presentes nos maiores títulos dos clubes europeus.
O goleiro titular da seleção, Alisson, é considerado o melhor do mundo. Os zagueiros brasileiros sempre tiveram carreira longeva nos grandes europeus. Nossos laterais são únicos, pois surgem no ataque como elemento surpresa. Já os nossos volantes e meias são alguns dos melhores “carregadores de bola” do futebol. Nas pontas, só nos últimos anos, surgiram Neymar, Everton, Douglas Costa e outros. Talvez, nos últimos anos, estejamos com falta de grandes centroavantes, como já tivemos Adriano, Ronaldo, Romário e muitos outros, mas isto é normal, não é possível ter o melhor do melhor em todas as posições sempre.
A defesa aqui feita não é de que o Brasil tem o monopólio do bom futebol e que os demais países formam apenas “pernas-de-pau”. Há de ser reconhecida a habilidade de jogadores como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Kevin de Bruyne, Mbappé, Lewandowski (que está, há anos, “fedendo a gols”) e outros.
Entretanto, a campanha midiática contra o futebol brasileiro é tanto uma jogada dos países centrais do capitalismo para enfraquecer toda e qualquer identidade nacional brasileira quanto de um certo “fetiche pelo vira-latismo” que sofrem parcelas da pequena-burguesia nacional. Afinal, os grandes conglomerados da comunicação, no país, pertencem à burguesia nacional ou internacional.
Portanto, a final entre Coutinho e Neymar representa a imposição da realidade, do desenvolvimento do futebol brasileiro atrelado à cultura de um país de proporções continentais, contra a propaganda de derrotistas e entreguistas a serviço da classe dominante.
No fim das contas, o Brasil é sim o país do futebol!