A ONG Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – RAPS financia candidaturas no interior de diversos partidos de esquerda para defender um programa burguês e, com isso, criar uma esquerda que seja compatível e dócil ao regime político golpista, dominado pela extrema-direita. Vale destacar que o financiamento também é disponibilizado para candidaturas dentro de partidos de direita, como o PSDB, DEM, MDB e até mesmo para candidatos de partidos de extrema-direita, como PSL e PRTB. Candidaturas do PSOL, PCdoB, PT, PSB e PDT fazem parte desta rede e recebem financiamento empresarial, conforme publicado no site da ONG. As informações incluem as eleições de 2018. Vejamos quem são eles:
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL): Bruno Gomes (SP); Ana Paula Daltoé (DF); Brasile (AL); Fabrício Araújo (MG); Frederico Romanoff (RJ); Dú Pente (MG).
Partido Comunista do Brasil (PCdoB): Samuel Santiago (MG); Rubens Junior (MA); Professora Adriana Vasconcelos (SP); Professor Bittencourt (SE); Professor Fernando (CE); Jaqueline Nichi (SP); Jacqueline Lessa (CE); Josy Gomes (MA).
Partido dos Trabalhadores (PT): Fernando Puga (SP); Flávia Felizardo (MG); Jean Paul Prates (RN); Jorge Macedo dos Santos (SP); Lins Roballo (RS); Luciana Lopes (RJ); Manu (BA); Mariana Janeiro (SP); Thainara Faria (SP); Macaé Evaristo (MG); Renata Borges (PR); Ramon Novaes (BA); Thati Nicácio (AL).
Partido Socialista Brasileiro (PSB): Alessandro Molon (RJ); Alexandre Andrade (MG); Anderson Giovani da Silva (SC); Anderson Nanán (RO); Andrey Brito (SP); Bruno Bortolan (SP); Carlos Hoffmann (RS); Débora Almeida (PE); Césinha (RS); Diogo Souto Maior (SP); Douglas Lucena (PB); Esdras Nascimento (SP); Geovana Cartaxo (CE); Germano Guimarães (SP); Gabriel Miceli (SP); Gustavo Moreira Maia (SP); Guilherme Cohen (RJ); Henrique Magalhães Teixeira (SP); Israel Rocha (SC); João Campos (PE); Humberto Benincasa Neto (DF); Júlia Oliveira (BA); Leany Lemos (RS); Leila Barros (DF); Leonado Secchi (SC); Lia Lopes (SP); Leonardo Bayma (CE); Luciano Buligon (SC); Márcia Lucena (PB); Murilo Flores (SC); Nikolas Reis (SC); Mateus Tognella (SP); Professora Elizete (SC); Rafael Motta (RN); Priscilla Gomes (RJ); Ramon Jacob (SC); Renan Ferreirinha (RJ); Renato Casagrande (ES); Rodrigo Agostinho (SP); Rodrigo Coelho (SC); Robertinho Couto (PE); Rodrigo Dias (DF); Rodrigo Rollemberg (DF); Samuel Emílio (SP); Tadeu Alencar (PE); Sergio Leitão (SP); Tiago Andrino (TO).
Partido Democrático Trabalhista (PDT): Adriano Zago (MG); Adriano Ferreto (GO); Allan Muller Schroeder (SC); Barbara Panseri (SP); Cae Martins (SC); Axel Grael (RJ); Derson Maia (DF); Edvaldo Nogueira (SE); Camilla Gonda (PR); Goura (PR); José Manoel Moulin Ribeiro (RJ); José Maria Jr. (MG); Juliana Alves (MG); Júlio Albuquerque (AL); Karlos Cabral (GO); Lucas Henrique Ribeiro (MG); Lucas Xavier Trindade (BA); Marcos Paulo de Pinho (RJ); Paulinha (SC); Moira Lázaro (SP); Maria Eduarda (RJ); Pedro Henrique de Cristo (SP); Rodrigo Paixão (SP); Pedro Josephi (PE); Tábata Amaral (SP); Surya (SP); Thiago Ribeiro (SP); Yagor Assis (PR).
A RAPS foi fundada por grandes capitalistas e banqueiros para influenciar a política nacional, conforme seus interesses de classe. Eis os fundadores da RAPS: Guilherme Leal, presidente da Natura/Avon; Álvaro Cardoso de Souza, Diretor Executivo do Banco Santander; Jorge Lemann, banqueiro bilionário; José Eduardo Martins, Sócio-fundador da Vitra Capital Investiments. A Fundação Fernando Henrique Cardoso e a Fundação Lemann são instituições parceiras da RAPS.
É de se destacar que a RAPS está trabalhando ativamente na campanha do candidato Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo.
O financiamento da esquerda pelos grandes capitalistas e banqueiros explica o porquê de ela estar tão integrada ao regime burguês-imperialista. O fato de o PSOL ter assinado manifestos junto com Fernando Henrique Cardoso e receber dinheiro de Armínio Fraga (ex-ministro de FCH) evidencia que o PSOL é também um partido infiltrado pelos capitalistas, tais como o PCdoB, PT, PSB e PDT. Essa é a Frente Ampla na prática, ou seja, os partidos de esquerda infiltrados e completamente dóceis aos interesses da burguesia.
É preciso esclarecer amplos setores da população e do ativismo político de esquerda e chamar a atenção para a sistemática infiltração burguesa na esquerda. O programa da RAPS, que aparece em diversos setores da esquerda pequeno-burguesa, é o de defesa de uma democracia burguesa com sustentabilidade ambiental, direitos humanos e representatividade política, com ênfase nas mulheres, LGBTs e negros. De acordo com o site da RAPS:
“Nosso compromisso é apoiar líderes políticos eleitos, de diferentes partidos e posições no espectro ideológico, para que compreendam e incorporem os princípios da sustentabilidade em suas ações. Escolhemos fazer isso por meio de uma agenda técnica e temática e também de uma atuação que potencialize a própria forma de fazer política, baseada na ética, na integridade, na transparência e na inovação.”
O financiamento do grande capital comprova que a direita trabalha para gestar uma esquerda inofensiva ao regime político burguês, incapaz de intervir na luta de classes em favor dos interesses dos trabalhadores e derrubar a burguesia, que afunda o país na miséria e na opressão. Essa é a esquerda identitária, cheia de confusionismos e distracionismos políticos, uma verdadeira correia de transmissão dos interesses burgueses nas organizações operárias, nos partidos de esquerda e na juventude.