Do jovem menor de idade ao idoso a política nas prisões brasileiras é uma só: expor toda a população carcerária a uma prova de vida diante da pandemia do coronavírus.
O que já era uma realidade no s presídios brasileiros agora também vem se confirmado nas casas de “recuperação” de menores de idade, com o alastramento da pandemia nesses locais.
Nessa semana que passou foi divulgado na imprensa a expansão do coronavírus nas unidades da Fundação Casa, responsável por executar as medidas socioeducativas dos menores infratores no Estado de São Paulo.
Com 4.395 adolescentes internados em 149 centros por todo o Estado, foram confirmados 68 casos de contaminação entre os jovens e 57 entres os funcionários. Os números, na sua aparência, pareceriam até razoáveis, mas o detalhe macabro é que só foram feito testes em apenas 3 unidades das 149 existentes. Isso significa menos de 4% das unidades!
Em apenas uma unidade, a Casa São Luiz, na capital paulista, nada menos do que 42 jovens dos 83 internados testaram positivo para o coronavírus, ou mais de 50%. Já em outras duas unidades em Itaquacetuba, na grande São Paulo, 26 dos 71 internos testaram positivo. Um detalhe, como apontado pela própria reportagem, os testes feitos são os chamados “testes rápidos”, reconhecido pelo próprio ministério como testes com alto índice (75%) de erro.
A situação é tão grave que o sindicato dos funcionários dos funcionários afirmou em nota que “A negligência é gritante”, “Apesar dos pedidos, já havendo diversos casos de contágio e afastamentos de servidores, não há até o momento um plano efetivo para a contenção do vírus.” Se é grave para os servidores, muitos estão lá para reprimir, o que dizer da situação dos adolescentes?
A política do Estado, quando se trata do sistema repressivo, em nada difere entre a realidade dos presídios e as “casas de recuperação” de adolescentes, quanto à exposição e contaminação pela pandemia, devido a uma questão elementar. Assim como nos presídios os centros de recuperação são ocupados pela população pobre, por adultos e jovens que vêm dos setores mais marginalizados dos explorados.
É de fundamental importância que os setores da esquerda que estão na luta pelo fora Bolsonaro encampem a defesa da imediata soltura de todos os presos e jovens dos calabouços em que estão metidos. A lei brasileira não tem pena de morte.