Sérgio Camargo fechou um acordo em parceria com o presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) o general Luiz Carlos Pereira Gomes no dia 11 de março, para transferir a sede da Fundação Cultural Palmares (FCP) à um antigo prédio da EBC. O edifício é conhecido por ter problemas de infraestrutura, além de contaminação por radioatividade de acordo com denuncias antigas, que geraram direitos trabalhistas adquiridos em processo judicial.
Atualmente a Fundação Palmares está localizada no Setor Comercial Sul (SCS), em Brasília, e passará para a Asa Norte. O fato tem preocupado à todos que trabalharão no prédio. Segundo o Jornal Metrópoles em 2014, o ministro Joaquim Barbosa teve problemas com os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça justamente por causa desse edifício, quando ele teve a mesma ideia de transferir a sede do CNJ para o antigo local da EBC.
Os funcionários em 2014 tiveram acesso à processos em que uma funcionária garantiu na justiça o direito de ganhar adicional de insalubridade pela presença de radioatividade no prédio em função dos equipamentos de transmissão da empresa de comunicação. A decisão foi proferida pelo Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Hugo Carlos Scheurmann, a insalubridade foi registrada entre os anos de 2006 e 2009.
Para o Metrópoles, um integrante da FCP, que não se identifica por medo de retaliação, diz que os empregados trabalham nervosos e mantém o máximo de distância do chefe da pasta, e desabafa “com esse novo presidente, a gente é perseguido aqui, se falar alguma coisa você é cortado”. O funcionário ainda relata que “todos estão em pânico de ir para esse local. A gente estava tentando se reunir para mandar uma empresa medir a radiação”.
No final do mês passado (26) quando o capitão do mato Sérgio Camargo retornou a presidência da FCP, após idas e vindas ao cargo, ele telefonou para os diretores de departamento e exonerou toda a diretoria das áreas finalísticas. Retirou dos cargos negros com reconhecida trajetória em prol da cultura afro-brasileira, dizendo que ‘iria montar uma nova equipe de ‘extrema de direita’ e ‘seguir a linha de Alvim’.
Roberto Alvim, exonerado da Secretaria de Cultura do governo federal após citar um discurso nazista em um vídeo na internet foi quem colocou Camargo no cargo que ocupa atualmente, ele só foi demitido porque a fala do hitlerista de Goebbels gerou muita polêmica e o governo não teve como sustentar. No entanto o alinhamento politico e ideológico, de Bolsonaro, Sérgio e Alvim são praticamente os mesmos, os três são fascistas e racistas.
Camargo se apresenta nas redes socais como negro de direita e “antivitimista”, diz que ‘não há racismo no Brasil’ e que ‘a escravidão foi boa para os descendentes’. Sendo assim, é considerado inimigo direto do movimento negro. Sérgio se mostra cada dia mais um capacho do governo fraudulento e golpista de Bolsonaro, governo este, que com esse tipo de nomeação ataca para destruir a instituição de luta do povo negro por dentro.
O que corre risco neste momento além da exposição dos funcionários a radiação, mais de 3.000 Quilombos estão sob ameaça dos fazendeiros e grandes latifundiários apoiadores e financiadores do atual governo, com o racista Sérgio Camargo as comunidades quilombolas que precisam de documentação da FCP para conseguir acesso à políticas públicas e titulação territorial ficam totalmente desamparadas e à própria sorte.
O movimento negro deve se organizar para defender seus direitos, território e cultura em todo país. Apesar de o capitão do mato representar um ameaça e que tem que ser derrubado, o principal inimigo da população negra no Brasil hoje é o próprio fascista que tomou de assalto o poder no país, Jair Bolsonaro, portanto é urgente tomar as ruas com o grito de ordem de fora Bolsonaro e todos os golpistas.