No último domingo, um grupo de extrema-direita, liderado por parlamentares evangélicos pernambucanos Joel da Harpa (PP), Clarisa Tércio (PSC) e Cleiton Collins (PP), foi até o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros para tentar impedir que uma criança de 10 anos passasse por um procedimento de aborto legal. O grupo chegou a tentar invadir o local, mas não conseguiu. A criança engravidou após um estupro e a gravidez trazia uma série de riscos à própria saúde.
O episódio apenas revelou o caráter da campanha anti-aborto: uma campanha de extrema-direita, desumana, que está disposta até mesmo a atacar uma criança de 10 anos que foi vítima de um estupro. Tudo em nome de uma moralidade de moralistas sem moral alguma.
O que chamou a atenção é que a Folha de S.Paulo, jornal que teve um papel importante no golpe de 2016, tratou a ação fascista como uma simples manifestação. A ação fascista, que poderá levar sérias consequências à criança e a toda a sua família, bem como servirá para intimidar um número gigantesco de mulheres, recebeu apenas o título de “manifestação”. Uma verdadeira cobertura da imprensa burguesa à podridão da extrema-direita, que apenas comprova que a burguesia não é contra Bolsonaro, nem contra o fascismo, de maneira alguma: