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Mobilização da extrema-direita

Fascistas aproveitam imobilismo da esquerda para se armar

A extrema-direita ameaça sair dos esgotos onde vive em defesa do golpe militar e do extermínio da esquerda

Em um momento em que se acirram as contradições – crise econômica, pandemia, desemprego -, movimentos de extrema-direita saem dos esgotos e aproveitam o imobilismo da esquerda para se armar.

Nos últimos dias, um deles, em particular, que se intitula “300 do Brasil”, chamou a atenção ao participar da agressão a um grupo de manifestantes da saúde que homenageava os servidores da área mortos pelo COVID-19 e agredir jornalistas em uma manifestação que contou com a presença do presidente fascista, Jair Bolsonaro. Esses dois acontecimentos ocorreram em Brasília, na Praça dos Três Poderes. 

Também seria de autoria do grupo um manifesto para um acampamento em frente ao Congresso Nacional em defesa de Bolsonaro e contra o Congresso e o STF. Entre outros pontos, defende o “aniquilamento da esquerda” e o “golpe militar”, e estaria preparando um QG para treinamento de tipo militar.

Independentemente da fraseologia farsesca adotada, sendo nítida a ignorância política do grupo, o passado recente do Brasil deveria ter servido de lição para a esquerda. O movimento fascista e de direita cresce justamente no vácuo deixado pela esquerda. No período anterior ao golpe de 2016, ficou evidente que as manifestações e atos da extrema-direita – que são financiadas por grupos capitalistas e insufladas pela imprensa golpista – só adquiriram expressão na medida em que a esquerda recuava. Atentados contra as caravanas do ex-presidente Lula, agressões físicas contra dirigentes políticos e a militantes e, até mesmo, assassinatos por todo o País foram a demonstração de como os fascistas estavam à vontade na situação política.

No momento em que a esquerda esboçou, mesmo que com toda uma limitação, uma contra-ofensiva, a extrema-direita recuou e só não foi derrotada porque a própria esquerda colocou um freio na própria reação, materializada na profunda ilusão de que as instituições do regime político, que haviam apoiado o golpe do impeachment, evitariam a campanha de perseguição e posterior prisão de Lula, e, depois, garantiriam a candidatura dele à presidência da República nas eleições de 2018.

Diante de cada insucesso, a esquerda passou a se atolar em suas próprias contradições. Primeiro, afirmou que Bolsonaro não foi um candidato eleito pela fraude e pelo golpe, mas um presidente eleito “legitimamente” por um esmagador apoio popular. Depois, passou a pregar a união de todos os “democratas” contra o fascismo, que nada mais era do que uma união com os mesmos políticos responsáveis pelo golpe de 2016 e pela vitória de Bolsonaro. E todos nós assistimos estarrecidos à presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – uma figura odiada pelo povo e que promoveu a devastação do País em favor do imperialismo – em um mesmo palanque, mesmo que virtual, no ato de 1º de maio, com Lula.

No momento atual, em nome da pandemia, a esquerda simplesmente deixou nas mãos de políticos tantos ou mais direitistas do que Bolsonaro, a solução para a hecatombe social, que se avizinha, no País e foi esconder-se em casa, quando é mais do que evidente que não existe nenhuma política de defesa do povo a não ser descarregar sobre ele próprio todo o ônus da crise econômica.

É justamente nesse novo vácuo que a extrema-direita se apoia. Esperar o fim da pandemia, particularmente, quando já se anuncia que o Brasil pode chegar ao número recorde de 30 milhões de desempregados e mais da metade da sua população reduzida às condições de pobreza, será o mais grave erro que a esquerda poderá cometer.

Nunca é demais resgatar a experiência histórica do fascismo na Itália e na Alemanha, até porque as condições sócio-econômicas da atual etapa se anunciam até piores do que as das décadas de 1920 e 30.

Quando as burguesias imperialistas daqueles países se decidiram pelo fascismo em oposição à política anterior de frente-popular, ou seja, de administrar o Estado capitalista com a esquerda, deixou essa mesma esquerda absolutamente desamparada.

Na mesma medida do crescimento vertiginoso do fascismo, estava a capitulação grotesca e covarde da social-democracia e do partido comunista. São célebres as exortações dos políticos da esquerda ao rei Vítor Emanuel III da Itália e o presidente Hindenburg da Alemanha, para que protegessem seus países da “ameaça” do comunismo. Por ironia, o rei e o presidente foram os responsáveis por alçar Mussolini e Hitler ao poder.

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