As consequências da crise capitalista e do coronavírus estão acirrando as tensões políticas dentro dos Estados Unidos. Enquanto Donald Trump rejeitou e pediu revisão das diretrizes impostas para a reabertura econômica, por considerá-las muito restritivas, o número de desempregados cresce tanto quanto o número de doentes no país. Estima-se que existam estados em que a taxa de desemprego já chegou a 25%, e em todo o país, os desempregados devem ultrapassar 33 milhões. Em plena campanha eleitoral, Trump se depara com recordes na queda de vendas do varejo, de desempregados, além da pressão capitalista para a retomada das atividades, na nação que atualmente é o epicentro da pandemia no mundo.
Esse cenário de caos econômico sem previsões de melhora e nem mesmo de como será a normalidade, cria tensões políticas nos estados. Após as restrições no comércio e serviços impostas, o governador do Texas Greg Abbot, deu seu apoio a uma proprietária de um salão de beleza que teria sido presa por voltar com suas atividades e violar as ordens de bloqueio, intensificando as críticas quanto às medidas de fechamento econômico.
Os Estados Unidos passam por uma crise comparada `à 1929, com conflitos de classe também acirrados. O número de desempregados cresce a cada dia, o governo não consegue estancar a perda de renda dos trabalhadores e ainda existem as tensões exercidas por governadores e a classe burguesa para retomada das atividades, indo na contramão do recomendado já que na maioria dos estados que estão retomando as atividades o número de doentes também cresce. A crise demonstra a fragilidade capitalismo, pois nem mesmo a maior potência imperialista está imune as consequências drásticas que o isolamento impõe principalmente aos trabalhadores. Mais uma vez, a pressão do capital coloca o lucro e os interesses políticos e econômicos da burguesia acima da vida dos trabalhadores.
Tanto nos Estados Unidos quanto nos outros países do mundo, a necessidade da mobilização dos trabalhadores bate a porta. Sem a organização proletária, os trabalhadores continuarão sendo apenas números para os burgueses, a vida dos trabalhadores e a sua sobrevivência diante da crise só é possível com a organização, pois o governo burguês não dará condições necessárias para que os trabalhadores enfrentem a crise, afinal não é do interesse da classe burguesa que haja a contemplação das necessidades do proletariado. A luta dos trabalhadores é, acima de tudo, pela sua sobrevivência e por um governo próprio, proletário.