A manhã da quinta-feira (08/10) começou como um pesadelo para a empregada doméstica e cozinheira Valéria Maria Pires da Silva, de 54 anos. Ela acordou com uma ligação da vizinha, informando que seu filho, Emerson Abílio da Silva, de 21 anos, havia sido morto pela polícia.
O fato ocorreu na rua Bela Vista, comunidade Dois Unidos, no Recife, na noite de quarta-feira(07/10). Segundo relatos colhidos por Valéria e sua filha mais nova, Meiriane, o jovem foi abordado pela Polícia Militar entre 22hs40min e 23hs de quarta-feira, houveram disparos e mesmo baleado na perna o jovem conseguiu correr e acabou caindo do alto de uma barreira. O jovem chegou morto, às 23hs39min, na UPA de Nova Descoberta, levado pela mesma guarnição que o abordou.
Contudo, a mãe do jovem ouviu outro relato de uma amiga do filho. Segundo a amiga, Emerson ligou por volta das 1hr da manhã de quinta-feira, pedindo ajuda, pois estava caído, na parte de baixo da barreira e se escondendo da polícia. Como o jovem teria dado entrada na UPA de Nova Descoberta horas antes dessa ligação?
A nota oficial da Polícia Militar cita o boletim de ocorrência registrado pelos policiais civis da Força Tarefa de Homicídios. Segundo o boletim, uma “guarnição da Polícia Militar estava realizando a ronda rotineira, no bairro de Nova Descoberta, quando recebeu a denúncia que cinco homens armados e encapuzados estariam no Córrego do Morcego”. Ainda segundo o boletim, o encontro com os homens encapuzados teria ocorrido na rua Tupiraçaba, a 1,5 quilômetro da rua da Bela Vista. Avistando a viatura, os supostos bandidos abriram fogo e correram, deixando o jovem Emerson para trás.
Os policiais não apresentaram testemunhas do fato para comprovar a ocorrência de tiroteio e a presença de homens encapuzados na localidade. Segundo a guarnição da PM, foi apreendido com Emerson uma pistola automática 9mm, 17 projéteis e uma balaclava (conhecida como capuz de motoqueiro).
Emerson frequentava a autoescola e pretendia ganhar a vida como motorista. Além disso realizava pequenos serviços para os patrões da mãe, um casal de idosos que moram no bairro da Boa Viagem. Partiu dos idosos, e da família deles, a iniciativa de mobilizar a sociedade civil para auxiliar dona Valéria a limpar o nome do filho.
A dor e indignação de uma mãe
Segundo dona Valéria, ela irá fazer de tudo para limpar o nome do filho, ela declara: “Já fui muito injustiçada pela justiça e pela polícia. Já tive um filho mais velho assassinado. Depois da morte do irmão, meu segundo filho, Felipe, envolveu-se com drogas e está preso, mas Emerson, não, Emerson estava no caminho certo, era meu principal apoio. Vou dar a cara à tapa, vou fazer de tudo para limpar o nome dele. Mesmo que esses assassinos nunca sejam presos, quero a verdade”.
A luta da mãe em luto, agora, é conseguir apoio jurídico para conseguir que perícia seja realizada no celular do filho e da amiga que relatou receber a mensagem às 1hs da manhã de quinta-feira.
Direita fascista promove genocídio do povo negro
A direita golpista e fascista não tem mais vergonha em soltar seu braço armado em cima da população pobre e negra, sempre sob a bandeira falsa do combate ao crime e tráfico de drogas. O que acontece em todos os pontos do Brasil é um verdadeiro genocídio de trabalhadores pobres e negros.
Não podemos assistir pacificamente isto acontecer! A mentira de que o povo está inerte e não reage tem que acabar. A insatisfação aumenta a cada dia, com o avanço da política genocida do grupo que promoveu o golpe de 2015 e patrocina o governo do fascista Bolsonaro. É preciso que as organizações do povo negro se coloquem no papel de preparar e impulsionar uma explosão contra o regime. O PCO defende que toda população se junte nas ruas pelo fim do genocídio do povo negro e pobre! Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Contra a farsa eleitoral promovida pela direita golpista!