Primeiramente, é necessário que o leitor desta matéria releia o título, por mais difícil de acreditar que seja. Que o releia repetidas vezes, pois não se trata de brincadeira. Sim, a prefeitura de Manaus, em plena pandemia, está fechando hospital de campanha inaugurado às pressas no dia 13 de abril, quando o sistema público de saúde do Amazonas encontrava-se em colapso total. Segundo a prefeitura, o hospital de campanha “já cumpriu seu objetivo” e a escola onde está instalada deve voltar a funcionar. Em resumo, após a mortandade que aconteceu, e ainda ocorre, no Amazonas, a prefeitura quer colocar, na marra, as escolas para funcionar. Os números apresentados pela prefeitura são provavelmente subnotificados. Se tomarmos as denuncias que ocorrem, em todo Brasil, de pacientes que apresentam sintomas e são “convidados” a voltar para casa, sem teste, a tendência é que a pandemia continue exterminando a população, enquanto os governos finjem que está tudo na plena normalidade. No dia 28 de maio, nem um mês atrás, o estado do Amazonas teve o recorde de novos casos em um mesmo dia (2.638). Ainda assim, o governo do Amazonas e a prefeitura Manaus vendem a fantasia de que a doença está sendo vencida. Essas afirmações são como chamar a população de otária, pois espera que a mesma, vítima da incompetência do poder público, finja que nada ocorreu. A população manauara foi praticamente assassinada pela política genocida dos governos federal, estadual e municipais. A falta de leitos, de testes, de profissionais e equipamentos levou a cenas terríveis, como a do enterro de pessoas em valas comuns. Houve também o caso dos filhos que, por falta de coveiros, enterraram o próprio pai em Manaus. O governo do estado do Amazonas reabriu o comércio, mesmo que "por etapas", praticamente pondo fim ao ínfimo e mentiroso isolamento. Todavia, isto já era mais do que esperado. Repetidamente, neste Diário e no restante da imprensa do Partido da Causa Operária, denunciou que o isolamento promovido por governadores e prefeitos direitistas era uma fraude e que, mesmo no auge da pandemia, o comércio seria reaberto devido à forte pressão dos capitalistas. Frente à crise capitalista, os antes chamados “científicos” abandonam toda e qualquer “ciência” e colocam a população a morrer, como se fossem mero gado, mero número. Cabe à esquerda “cair na real” de uma vez por todas e ver que se deixou ser enganada pelos farsantes da direita “científica”. Não é hora de fazer ponderações morais como desculpa para manter-se no erro. É hora de mobilizar às massas para derrubar os governos de direita, que vêm matando a população como moscas!
