A pandemia do coronavírus veio aprofundar a já debilitada economia capitalista mundial e levá-la ao que será sua pior crise da história, superando 1929 e 2008. É o que apontam estudos de várias universidades, instituições financeiras e governos, que já tem um consenso: a recessão é global e durará anos ou décadas.
Nesta quarta, as principais bolsas de valores da Europa abriram com quedas de mais de 3%. O Euro Stoxx 50, maior índice de ações da União Europeia, caiu 3,42%, enquanto o CAC 40, principal índice de referência da França, caiu 3,58%. Já o índice de referência da Bolsa de Londres, o FTSE 100, teve queda de 3,66%. Os principais índices de ações na Espanha, Alemanha e Portugal também caíram entre 2 e 3%.
Esse reflexo econômico do impacto da pandemia no continente europeu, onde a doença já deixou mais de 30.063 mortes e 458.601 doentes, faz da Europa o continente com mais casos de morte, sendo Itália e Espanha, com 12.428 e 8.189 mortes respectivamente, os países mais afetados do mundo.
Apesar de até o momento não estarem na mesma situação crítica da Europa, os demais continentes também sofrem com a pandemia, devido ao efeito dominó da economia globalizada. A bolsa de Tóquio fechou com queda de 4,5%. Já o Nikkei, principal indicador do mercado de Tóquio, teve queda de 167,96 pontos (0,88%).
Na terça (31), os principais índices acionários dos Estados Unidos da América (EUA), abriram mais baixo no início da sessão, refletindo o receio de que a bolsa de Nova York (Wall Street) tivesse o pior primeiro trimestre da sua história devido à pandemia do coronavírus. Isso porque os EUA se tornaram o país com o maior número de infecções, 190.000, com mais de 4.000 mortes.
Os demais índices de ações dos EUA, como Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite tiveram quedas respectivas de 23% nos últimos três meses, marcando o pior trimestre desde 1987 e de 1,6 % e 0,95%.
Em recente nota, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a economia global no ano de 2020 entrará em uma recessão profunda. Georgieva ainda declarou que a recuperação econômica só será possível se a pandemia do coronavírus for rápida e energicamente contida.
No entanto, isso não vem acontecendo como nos países, que mesmo ricos, sucumbem diante da sua política neoliberal de sucateamento do setor público.
São esses números que fazem mesmo os economistas burgueses entrarem em consenso de que essa crise econômica deixará impactos de anos ou até décadas nas economias no mundo todo. O caráter oficial dado à recessão econômica, atestada pelo FMI, é mais uma demonstração da profunda crise do capitalismo, que não consegue mais esconder sua iminente liquidação.