As recentes derrotas da greve dos professores e funcionários de escola pública (em dezembro) e dos químicos e petroleiros (entre fevereiro e março) mostraram que a luta por reivindicações parciais, contra a burguesia – unificada em torno do programa neoliberal de privatizações, arrocho salarial e ataque aos trabalhadores – leva invariavelmente à derrota.
A via do acordo com a burguesia, diferente do que propagam líderes políticos da esquerda reformista, não leva o movimento operário a ser “pragmático”, mas sim submisso, passivo, incapaz de se desenvolver na luta contra os patrões, por manter uma ilusão de que é possível ter ganhos sem luta.
As pautas específicas dos professores e funcionários de escola do Paraná – pagamento da data-base (congelada desde 2015 e parcelada no último ano); o respeito à direitos como hora-aula, à formação continuada e aos concursos públicos; políticas públicas efetivas para o tratamento e prevenção da saúde dos servidores; a revogação das demissões de PSS (professores temporários) e do direito dos servidores a se sindicalizarem livremente aos sindicatos e associações (revogação do Decreto de Ratinho de revalidação das sindicalizações e associações), dentre muitas outras – não possuem qualquer poder em si que seja capaz de impor uma derrota aos golpistas.
Ao ver a maior categoria do estado (professores e funcionários) ser derrotada sistematicamente, deixa-se a impressão, para os derrotados e para os demais trabalhadores do Paraná, que não é possível vencer a direita e que, portanto, a posição das direções reformistas, de aceitarem migalhas em acordos com a direita, seria o único caminho “viável”.
Isso faz com que o dia 18, data em que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) definiu para a greve nacional da Educação, seja uma excelente oportunidade para reagrupar o setor mais ativo dos trabalhadores paranaenses na luta contra a direita e os governos golpistas de Bolsonaro e Ratinho Jr.
Por isso, é necessário que os professores e funcionários, como vanguarda do movimento dos trabalhadores no estado, coloquem nas ruas no dia 18 a campanha pela Fora Bolsonaro, Ratinho e todos os golpistas. Isto servirá como um amplo chamado à unificação da luta com todas as demais categorias e a retomada da luta dos trabalhadores contra direita no Paraná.