Nessa sexta-feira, 13 de Novembro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), negou que fecharia o comércio do estado depois das eleições de 15 de novembro.
“Meu repúdio aos que espalham esse tipo de mentira na tentativa de prejudicar nossa gestão ou fazer um golpezinho às vésperas da eleição”, disse João Doria. Mesmo tendo ficado pelo menos cinco dias (desde 05 de novembro) sem relatar dados da pandemia alegando problemas de acesso ao sistema do Ministério da Saúde que reúne os registros da doença, conhecido como e-SUS, o governador chegou a elogiar a si mesmo pela condução “transparente” do combate a Covid-19.
A reação de Doria veio do fato de que nas redes sociais vinha circulando um suposto plano do governo de São Paulo de bloquear totalmente o comércio por causa do aumento de casos da Covid-19, mas apenas depois das eleições, de forma que os candidatos ligados ao governador não sejam prejudicados.
“É a saúde que determina o que nós temos que fazer aqui, nós não agimos por pressão política ou por outros interesses. A prioridade é a vida, é o maior valor que nos temos. Esqueça as fake news“, declarou o governador.
De tudo o que foi falado acima a única verdade incontestável é que os casos de Covid-19 estão aumentando.
Quanto à alegada transparência de Doria no combate à pandemia, pode-se responder que ele poderia muito bem ter divulgado esses dados da Covid-19 sem depender do e-SUS. Se esse sistema deu problema ou não, o fato é que foi algo bem conveniente para o governo federal, e a desculpa usada pelo governo Bolsonaro foi aproveitada por Doria e outros governadores genocidas, como Romeu Zema (partido Novo), de Minas Gerais.
E o pior é que estamos falando de ocultar dados já defasados, pois não se testa de verdade para a Covid-19 no Brasil. Com certeza, então, a situação é catastrófica, ainda mais porque o atendimento à população no estado mais rico do país é precário. A política de saúde pública para a pandemia em São Paulo se limita a pouca coisa mais do que reprimir quem não usa máscara.
O fato é que o governador de São Paulo, assim como o candidato de seu partido na capital, Bruno Covas, e o presidente fascista Jair Bolsonaro, fazem de tudo para defender o lucro dos capitalistas às custas da saúde da população. Nenhum deles quer fechar coisa alguma. Tudo o que puder ser feito para diminuir os números da doença é feito, como colocar a culpa em um sistema do Ministério da Saúde.
Quanto a falar que Doria iria fechar o comércio depois das eleições para ajudar candidatos ligados a ele é pensar apenas com a aritmética eleitoral, coisa típica da imprensa burguesa. É claro que dentro da burguesia os diversos partidos buscam o poder, mas o objetivo de estar no poder é justamente servir à classe social que é cliente desses partidos, a burguesia. E a burguesia quer que a economia volte a todo vapor, que as escolas funcionem para que sejam salvos os lucros dos capitalistas do ensino privado e que os pais possam deixar seus filhos pequenos nas escolas públicas e particulares a fim de poderem trabalhar, espalhando o vírus entre si e aumentando as mortes. A própria situação de depressão profunda da economia gerou um exército imenso de desempregados que pode ser exterminado até certo ponto sem que o valor dos salários aumente. Para esses genocidas do capital, a morte de milhões de pessoas seria uma economia no auxílio emergencial – por menor que seja – e não afetaria a oferta de mão-de-obra disponível.
A única diferença entre Bolsonaro, Doria, Covas e todos os governadores e prefeitos defensores do capital neste país, é que Bolsonaro fala o que todos eles fazem: salvam o lucros dos capitalistas colocando em risco toda a população.