O ex-ministro da justiça Sérgio Moro prestou depoimento para a Polícia Federal em Curitiba nesse sábado (dia 2). O ex-juiz fascista e chefe da criminosa operação lava jato ficou no edifício por mais de 11 horas. Ele chegou à Superintendência por volta das 13h15 e prestou depoimento das 14h20 até cerca de 22h40, ou seja, por mais oito horas. Contudo, demorou mais de duas horas após o fim da oitiva para deixar as dependências do prédio da PF.
Sergio Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de interferir nas investigações da Polícia Federal. As acusações foram feitas no dia em que pediu demissão da pasta, na sexta-feira da semana passada.
Perto das 18h30, foi feito um intervalo no depoimento de Moro para que os participantes pudessem tomar café. Depois, às 21h30, um entregador de aplicativo deixou pizzas no local, fazendo juz à suspeita de que, diferentemente, de quando perseguia o ex-presidente Lula e a esquerda, quando opositores do regime foram condenados e presos sem provas, agora – havendo ou não provas – a direita quer que termine em pizza. Na realidade, em uma situação de pressão que leve a um acordo ou à substituição de Bolsonaro mantendo-se intactas as bases do apodrecido regime político golpista do qual Moro e seus chefes imperialistas são grandes articuladores.
Além de Moro, participaram do depoimento a delegada Cristiane Correa Machado, chefe do Sinq (Serviço de Inquéritos Especiais) e outros dois delegados federais, além de três procuradores da República – João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.
Além disso, Moro esteve acompanhado do advogado Rodrigo Sánchez Rios e outros dois assessores.
O depoimento foi conduzido pela chefe do Sinq, grupo responsável por conduzir inquéritos autorizados pelo STF e um escrivão da PF.
Segundo o relato de uma pessoa que participou do depoimento, foram apresentadas materiais que sustentam as acusações contra Bolsonaro. Entre os arquivos disponibilizados, estão mensagens de texto e áudios. O material deverá ser analisado pelo inquérito aberto pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para decidir sobre a instauração ou não de processos contra o presidente.
A rapidez com que Moro foi convocado para prestar depoimento após as declarações, no ato do seu pedido de demissão, são indícios claros de acordos de bastidores dentro do poder judiciário e da polícia federal para armar um processo que pode ser utilizado tanto como instrumento de pressão como para retirar Bolsonaro do cargo quando a burguesia entender que é preciso.