A crise dentro do governo ilegítimo de Bolsonaro se intensifica em virtude da saída do Ministro da Saúde, Nelson Teich, com a subida do dólar e a queda da bolsa. Ambos são resultado de uma instabilidade própria de um governo improvisado. Nem mesmo Teich está disposto a pagar o preço de uma política genocida, que tem causado a morte de dezenas de milhares de mortos.
Após a saída do ministro da saúde, sem qualquer justificativa, a bolsa caiu mais de 1.500 pontos, o que corresponde a uma perda nos investimentos de R$ 25,9 bilhões. A bolsa registrou mínima de 77.426,10 pontos na mesma semana havia perdido a marca de 79 mil pontos. Acúmulo das perdas em maio já é de 3,66%.
O dólar oscilou no patamar de R$ 5,83 e R$ 5,84. Com a situação, o real é a moeda que mais perde nos últimos trinta dias dentre os países emergentes. Desde o começo do ano, o dólar tem uma apreciação de 45% frente à moeda brasileira. Em comparação, a moeda americana avançou 29% no México, 17% na Turquia e 32% na África do Sul.
Em relação ao desemprego, verificou-se aumento em 12 Estados neste primeiro trimestre, com 3,1 milhões de pessoas buscando emprego. São Paulo foi responsável pelo fechamento de 515 mil postos de emprego. Na comparação com fevereiro, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 5,90% no mês de maço, segundo o informe do Banco Central.
Neste cenário marcado pelos impactos econômicos da pandemia do covi-19, a União teve de desembolsar 963,62 milhões para honrar dívidas de Estados e municípios em abril.
O crescimento do desemprego, a retração na economia e o aprofundamento da miséria intensificam a pressão popular sobre os governos. As centenas de mortes diárias registradas pelo coronavírus e a falta de resposta por parte das autoridades são fatores que geram instabilidade política permanente.
O ex-ministro Teich não foi capaz de suportar a pressão social, uma vez que tinha que dar respostas aos clamores da população e, ao mesmo tempo, aplicar as diretrizes políticas do governo Jair Bolsonaro, radicalmente opostas aos interesses e anseios do povo. Teich foi devorado pelas contradições sociais que a cada dia fraturam o governo golpista.
A queda da bolsa e aumento do dólar são consequências do caos econômico e político do país, instalado com o golpe de Estado de 2016 e intensificados pela fraude eleitoral de 2018. Os investidores internacionais demonstram cada vez maior preocupação, pois a instabilidade política vai na contramão da garantia de seus interesses econômicos.