A crise capitalista está criando situações inesperadas (ou não) dentro do mercado. Nesta semana, os preços de barril de petróleo chegaram a cotação negativa, o preço do barril chegou a U$37,63 negativos nos Estados Unidos na última segunda-feira (20). Esse valor negativo seria para entrega de barris de petróleo imediatos, com contratos em maio. O comportamento anormal dos mercados é reflexo do efeito cascata que a crise capitalista juntamente com o Coronavírus vem criando na Economia mundial. Com setores produtivos praticamente parados em todo o mundo, a demanda pelo petróleo e seus derivados caiu drasticamente. Houve uma queda na procura por gasolina, já que os carros estão em sua maioria em casa, além do querosene que serve de combustível para aviões, que tiveram seus voos fortemente cortados nas companhias aéreas, incluindo também todas as outras utilizações em indústrias e toda a cadeia produtiva, já que o consumo está muito menor. Além disso, não podemos ignorar que os preços do petróleo já estavam sofrendo grandes oscilações pela guerra de preços e a concorrência entre Rússia e Arábia Saudita antes mesmo da crise se aprofundar, e também o fato de que as companhias petrolíferas acabaram demorando para cortarem sua produção, que já vinha sendo maior do que a procura.
Hoje, o petróleo chegou a cotação de U$15,98 dólares o barril, menor nível desde junho de 1999, onde o mercado passou por incertezas e especulações devido ao Bug do milênio, previsto para a virada do século para os anos 2000. Agora, a crise não é apenas especulação, ela se mostra a cada dia que passa numa realidade cruel e de incertezas para o capitalismo. As cadeias produtivas se encontram em declínio e as economias imperialistas não conseguem mais garantir suas explorações em países em desenvolvimento pois tudo está parado, o que gera uma procura muito menor do que as mercadorias disponíveis, como o caso do petróleo, onde empresas não tem mais onde estocar os barris e os preços estão chegando a níveis negativos. Além da paralisação do mercado, os trabalhadores estão entrando em um buraco onde se encontram no desemprego, no aumento da pobreza, além da doença que ameaça suas vidas. O vírus e a crise atingiu a Economia capitalista em cheio, que sempre foi muito frágil já que o modelo produtivo só gerou desigualdade e ampliação das contradições de classe, e vemos isso se intensificar agora.
Não há como negar ou minimizar a decadência do capitalismo e sua economia imperialista, que a cada dia que passa tenta minimizar suas perdas com a exploração do Estado e também dos trabalhadores mesmo diante da crise, mas estamos chegando a um ponto em que nem mais isso resolve, pois o mercado de procura, demanda e oferta está em completo desequilíbrio e o capitalismo não consegue enxergar uma luz no fim do túnel, a economia está entrando em um processo de ruína que não será revertido.
Além dos problemas econômicos, os problemas sociais se intensificam criando uma atmosfera propícia para a agitação popular, por isso o momento se mostra tão propício para a organização dos trabalhadores e a tomada dos meios de produção. A decadência capitalista é a demonstração nítida de que os trabalhadores precisam quebrar com esse sistema desigual e tomarem para sí o poder, pois somente em um governo proletário as crises e desigualdades se cessarão e o trabalhador não deverá mais pagar pelas crises burguesas e imperialistas.