Na maior cracolândia do Brasil, localizada próxima à Estação da Luz na cidade de São Paulo, a movimentação pouco se alterou com a pandemia de coronavírus. Os dependentes químicos e moradores de rua, um público pobre e extremamente vulnerável à infecção pelo Covid-19 e mais uma série de doenças, se aglomeram em rodas para fazer uso do crack.
Não há qualquer tipo de atendimento e distribuição de materiais de higiene e proteção individual por equipes de saúde da prefeitura municipal de Bruno Covas (PSDB). O público da Cracolândia nem sequer é esclarecido dos riscos que correm diariamente. Segundo uma psicóloga que trabalha com redução de danos, é só uma questão de tempo até o vírus se espalhar pelo público da Cracolândia, o que vai resultar em uma mortandade.
O que se percebe é que para esta população pobre e extremamente vulnerável não existe quarentena, uma medida válida para quem tem, em primeiro lugar, condições econômicas para ficar em situação de isolamento em casa. A rotina da Cracolândia continua a mesma, uma vez que as pessoas moram nas ruas e não têm para onde ir. Tampouco lhes é oferecido qualquer oportunidade de sair da situação em que se encontram. O risco de ampliação do contágio é real.
O público da Cracolândia também não vai poder contar com atendimento médico quando ocorrer a infecção. Muitos vão morrer sem nenhuma assistência, abandonado à própria sorte. O prefeito Bruno Covas não anunciou nenhuma medida para evitar o contágio na Cracolândia, o que expressa claramente que o objetivo dos governos tucanos é que a população pobre pereça da doença.