A Justiça, por meio do juiz Maurício Fernandes Gomes, da 35ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará, suspendeu a cobrança de dívidas por parte do Segundo Tabelionato de Notas, Protesto e Ofício de Registros Públicos às empresas vinculadas ao sindicato patronal Sindconfecções, devido às “muitas dificuldades com relação à obtenção de crédito” após a pandemia do coronavírus.
Por parte do governo federal ou do Ministério Público Federal, à população como um todo, ou melhor, à classe operária, não há plano algum para as contas e aluguéis atrasados. Pelo contrário, por mais que se tenham delegado a proibição de cortes água, luz ou internet, na prática não é o que está acontecendo, como foi percebidos pelos Conselhos Populares de Saúde organizados pelos Comitês de Luta e pelo Partido da Causa Operária.
A condição imposta à classe operária brasileira é de total desamparo tanto por parte das autoridades governamentais quanto de suas lideranças populares. Apesar do pacote de auxílio emergencial promovido pelos golpistas Bolsonaro e demais governadores do Estados – R$600,00 sem continuidade e que mal estão chegando às mãos de quem precisa – o presidente fraudulento liberou 1,2 trilhões aos bancos a fim de hipoteticamente acrescentar ao crédito à classe trabalhadora.
Neste momento, enquanto a classe operária não desfrutou de um único momento de suspiro do isolamento em home office, sujeitando-se ainda mais a jornadas e condições de trabalho insustentáveis, sem equipamentos e materiais de higiene e proteção, jornadas maiores, salários reduzidos, demissões, a política genocida do governo federal impõe cada vez mais a reabertura do comércio no ápice da pandemia no Brasil.
Antes que seja tarde, antes que a posição do país atinja o nível de países como os Estados Unidos, Itália ou Espanha, acima da casa dos 20 mil mortos – da classe operária em sua maioria – a organização popular se torna urgente, se mostra como a única saída para o povo que carece inclusive de insumos básicos para se alimentar e que luta para sobreviver dia a dia.
É necessário a organização do povo, como o exemplo mostrado dos Conselhos Populares de Saúde que estão lutando contra os cortes de luz, água, despejos e fome; da organização e mobilização popular pelas condições mínimas de enfrentamento à pandemia e à crise econômica que não cessa em acelerar o agravamento da crise.