Com a explosão dos contágios do vírus no final do ano, restou para a imprensa golpista de maneira previsível, com ajuda do coro da esquerda pequeno-burguesa, a culpar o povo por seu próprio genocídio. É o que se vê em reportagens como a do portal G1, veículo golpista por excelência em que em é desenhado um cenário de que as ruas da região do Brás, no Centro da cidade de São Paulo, estavam lotadas e com aglomerações, pois ”vendedores ambulantes ocupavam as calçadas e as ruas e muitos consumidores circulavam sem máscara” nas compras das festas de fim de ano.
Na reportagem, segue a tentativa subliminar de terceirizar a culpa pelas mortes do coronavírus em quem menos tem, pois enfatizam o ”trabalho de fiscalização” da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, órgão de repressão que massacra historicamente os trabalhadores ambulantes, por exemplo.
Fica subtendido que é tudo culpa dos mais de ”1,2 mil estabelecimentos foram interditados pelo descumprimento de regras”e que a ordem da GCM era ”orientar os comerciantes sobre medidas de higiene e distanciamento”, etc.
Fique em casa como solução mágica do problema
Os capitalistas num primeiro momento fizeram a propaganda de que a solução mágica para lidar com a contaminação do vírus que hoje aproxima a 200 mil mortes no Brasil e 300 mil mortes nos Estados Unidos, seria simplesmente a política do #fique em casa, uma ideia completamente fora de realidade, pois sempre chegaria o momento em que as pessoas não conseguiriam mais ficar em casa, por problemas econômicos.
Ficar em casa, somente, não resolve as problemas, pois a não ser que a pessoa morasse sozinha, fizesse um grande estoque de comida, aí sim teria as chances de não se contagiar, mas no caso de morar com familiares, como a grande maioria do povo brasileiro, e no caso de um deles trabalhar fora comprometido.
O confinamento é uma política cega e que só servia à burguesia e à classe média.
Sem contar que as pessoas em confinamento ainda tem que ir a farmácia, ao médico, ao supermercado, então quer dizer que o isolamento reduz mas nunca elimina por completo o contato social, então ter como política de que a solução para o problema era o simples confinamento, era uma política totalmente cega que servia a burguesia e a classe média somente.
Para as classes inferiores, a classe trabalhadora, essas medidas sempre foram inexistestes. Em muitos lugares no Brasil, em diversas favelas por exemplo o confinamento é totalmente sem sentido, pois há casas com 8 pessoas lá dentro. É possível confinar, mas certamente não nunca daria certo, pela série de problemas já descritos.
Esquerda apoiou o genocidio enquanto PCO denunciava
Infelizmente, a esquerda de conjunto acreditou que o confinamento por si só resolveria o problema. Apostando na política dos governadores ”científicos” e na época o ministro da saúde de Bolsonaro, Luis Henrique Mandetta (DEM), a esquerda acabou sendo cúmplice da política genocida dos chamados ”heróis do povo” como João Dória, Witzel, Eduardo Leite, entre outros golpistas.
Nenhuma medida foi tomada pelos governos burgueses além do isolamento. O auxílio emergencial, ”renda-esmola”, aprovado pela burguesia que tinha muito medo de uma explosão social, também foi uma mera barreira de contenção para que a situação não saísse do controle dos capitalistas.
Mas o Partido da Causa Operária, por sua vez, denunciou esta aliança frente amplista da esquerda com os golpistas, como a exemplo de Marcelo Freixo (PSOL), que entoava a público a hasthag #FicaMandetta em apoio ao ex-ministro favorável a privatização do SUS, como cúmplices do assassinato em massa no Brasil. Um verdadeiro cinismo, pois essas mesmas pessoas se amparavam na política dos governadores de direita, a política do imperialismo que é a de deixar o povo morrer de fome para sobrar para os bancos, em verdadeira cumplicidade com os golpistas.