Continuando seus planos de entrega do patrimônio público brasileiro à exploração capitalista, o governo Bolsonaro publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta (18/11) texto formalizando a inclusão da Telebrás no que os entreguistas chamam de Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Na prática, isso significa a aceleração da entrega da Telebrás à sanha dos financistas, que todos sabem ser o plano de todos os governos direitistas. Empresas tradicionais, comprovadamente eficientes, como Petrobras, Caixa Econômica, Correios, etc estão na mira deles por uma questão ideológica e de atendimento aos interesses burgueses.
A empresa estatal estava sob a competência da Comissão Especial de Supervisão do Ministério das Comunicações e agora passa para esse PPI que, no entanto, já vinha estudando as possibilidades de “parceria” com a iniciativa privada para a Telebrás, como informa a curta matéria da Gazeta do Povo, jornal conservador de Curitiba. Sob comando do PPI, os entreguistas planejam contratar um banco para dar seguimento prático à privatização.
Como é típico nesses jornais serviçais da burguesia, caso dessa Gazeta, que defendem as privatizações sem avisar ao povo que isso gera diminuição na qualidade e aumento dos preços dos serviços, tentando fazer ninguém perceber o que está sendo perdido, não é explicado quais são as funções e serviços que a Telebrás fornece para a sociedade brasileira (este jornaleco panfleto de rico tem até um “painel de privatizações” para pressionar os fascistas). A Telebrás tem como objetivos promover a inclusão digital por meio da ampliação da rede de banda larga; fiscalizar as empresas regionais de telecomunicações, garantindo que elas atendam ao interesse público; e garantir a segurança na rede privativa do governo, que previne, por exemplo, espionagem.
Ou seja, como nos casos da Petrobras, Caixa, Correios e outras, os fascistas pretendem entregar para a propriedade dos capitalistas a Telebrás, uma empresa criada apara atender aos interesses do povo brasileiro. Quem pode ser ingênuo a ponto de esperar que uma empresa visando lucros vai prover internet para os pobres? Que não vai se envolver em negociatas e corrupção, leiloando os interesse da população? Vendendo até mesmo a segurança estratégica das telecomunicações governamentais? Há várias outras empresas que estão na mira dos chacais do cifrão do governo federal: Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp); Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev); Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro); Empresa Gestora de Ativos (Emgea); Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec); Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp); e Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) – além de outros ativos.
Em matéria do G1 do ano passado, verificamos que a estimativa do governo é de passar 2 TRILHÕES de reais para os capitalistas via entreguismo. O governo Bolsonaro, apoiado por toda direita e mídia burguesa na pauta das privatizações, é um amontoado de mentiras e distrações para prevenir a mobilização popular contra o saque de seu patrimônio. Disse que não ia privatizar a Caixa, mas mantém o processo de privatização ocorrendo. Diz que não privatiza Petrobras, mas desmonta a empresa para vendê-la aos poucos. No caso dos Correios, já declarou a intenção de vender e massacra os trabalhadores para atingir esse fim. Ninguém se iluda que, quando eventualmente essa máfia na presidência diz que não vai privatizar, isso seja verdade. A população precisa se mobilizar para impedir esse saque, derrubando a direita e todos os golpistas.