A crise do coronavírus não está servindo de pretexto para conter o desmatamento na região amazônica. De acordo com dados divulgados pelo Sistema de Alerta do Desmatamento, o SAD, a área desmatada na Amazônia cresceu 279% em março deste ano, tendo como comparação o mesmo período de 2019.
Foram 254 quilômetros quadrados de floresta destruídos em um único mês. O número é o maior verificado nos últimos dois anos. Além do meio ambiente, a política de devastação da floresta levada adiante pelo latifúndio, e outros setores como madeireiros, também ameaça as comunidades indígenas da região. As Terras Indígenas Yanomami , do Alto Rio Negro e Évare foram as que mais perderam terras.
O avanço do desmatamento e da invasão de territórios indígenas está de acordo com a política do governo golpista de Bolsonaro de favorecimento da ofensiva predatória do latifúndio e do agronegócio sobre a Amazônia. Duas medidas tomadas por Bolsonaro e apoiada pela maioria do Congresso Nacional como o projeto que regulamenta a exploração de terras indígenas (PL 191/2020) e a Medida Provisória (MP) 910/2019 que na prática é não só a legalização da grilagem como um enorme incentivador dessa prática extremamente lucrativa.
O governo golpista se aproveita da crise para impor uma política de terra arrasada contra toda a população e todos os setores: redução dos salários, corte nos direitos, demissões, privatizações e destruição do patrimônio ambiental do país, assim como das comunidades locais, como os indígenas e os quilombolas.
É preciso opor a esta política uma mobilização real de todos os setores explorados. É preciso impulsionar a organização dos comitês de luta e levar adiante a luta pela derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas.