A Secretaria de Educação do Município de Cubatão (Seduc) em São Paulo divulgou que a educação dos seus 15.784 alunos que compõem a rede básica de ensino – 1º a 9º anos, e educação infantil – será de forma remota.
Segundo o comunicado, ”o aluno que não tiver acesso a internet pode utilizar o material impresso fornecido pela Seduc”.
A secretaria municipal diz que aderiu ao programa de educação virtual da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e os alunos e responsáveis devem acessar o site https://centrodemidiasp.educacao.sp.gov.br/ para entrar no aplicativo e conferirem o conteúdo das aulas.
Por se tratar de alunos do ensino fundamental, a medida é ainda mais absurda pois estamos falando de crianças de 6 a 14 anos de idade, que tendem a ser muito mais prejudicados neste verdadeiro faz-de-conta que é a subsituição das aulas por mero despejo de conteúdo.
Outro ponto a ser destacado é o cinismo que acompanha a propaganda da diretriz, em que ressaltam a ”gratuidade da internet ao baixar o aplicativo, pois o mesmo não consome dados de internet”. Como se a maioria dos alunos da rede pública tivesse acesso regular a internet. É notório o abandono sofrido pelas regiões populares no que diz respeito à infra-estrutura necessária para um acesso a internet minimamente regular.
Para os estudantes sem acesso, a solução fornecida para retirada do tal material impresso é amontoar os pais dos alunos em filas humilhantes e que aglomeram o povo trabalhador, aumentando assim a chance de propagação do vírus, especialmente entre a camada social mais propensa ao contágio.
Esta política de EaD é um verdadeiro abandono dos estudantes pobres, que formam a maioria dos estudantes matriculados nas escolas públicas, com objetivo de precarizar ainda mais a educação, abrindo caminho para a privatização da rede pública de ensino, o que atende os interesses de grandes grupos capitalistas, ligados ao imperialismo inclusive, porém, do lado dos estudantes e do amplo conjunto da população, acaba com o direito democrático à educação, tornando-o uma mercadoria, reforçando as desigualdades econômicas e a exclusão social, que já estão presentes no cotidiano escolar mas, com o avanço do ataque, em proporção muito maior.
A esquerda não pode assistir passivamente a este avanço da precarização do ensino e da exclusão social, é preciso combater o EaD como substituto do ensino presencial regular e lutar pela suspensão do calendário letivo até que as condições sanitárias estejam seguras o bastante para o retorno dos alunos às escolas.