De forma oportuna a imprensa capitalista acusa a pandemia do Covid-19 de devastar o a economia nacional. O fato é que os números há muito já não eram positivos e deflagravam uma crise iminente que apenas intensificou-se no terreno fértil do coronavírus e do desleixo governamental.
É o caso do setor de serviços que em abril apresentou uma queda recorde de 11,7% quando comparado com maio. Esse foi o pior resultado em nove anos quando do início da série histórica, em 2011, segundo informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (17/6).
Alguns veículos trazem os efeitos das medidas restritivas de distanciamento social como as únicas culpadas pelo resultado negativo. Esta mesma imprensa esquece porem das inúmeras tentativas desesperadas anteriores por parte do governo federal de fazer a economia circular com medidas emergências como as mudanças para os saques do FGTS, modelo que ainda persiste.
Afinal, este é o terceiro recuo consecutivo no volume de serviços, cuja participação no PIB é de mais de 60%. Aí estão inclusos setores como o cinema, turismo, transportes, restaurantes, salões de beleza, etc. Em queda desde fevereiro, o setor despencou com os efeitos da crise sanitária, acumulando uma perda de 17,9% em março e abril.
Quando comparado com abril de 2019, a diferença do volume de serviços foi de 17,2%. Em todo o ano de 2020, o setor recuou 4,5%, em relação ao semestre do ano anterior.
Além disso, todas as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE registraram essa retração recorde. Inédita desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018. As maiores quedas foram no transporte aéreo com 73,8%, seguido pelas atividades turísticas com queda de 54,5% e o setor de hotéis e restaurantes com 46,5%.
Apenas o estado do Mato Grosso não apresentou um recuo nos serviços no mês de abril. Houve um crescimento de 9% no setor, ante a perda de 12,6% em março. A principal causa para este saldo foi o escoamento da produção de grãos da região com o aumento da demanda pelo transporte ferroviário que no Brasil é privatizado.
Na mesma toada, a indústria teve uma queda de 18,8%, e o comércio 16,8%. Os piores resultados na série histórica pesquisada pelo IBGE. A consequência foram 4,9 milhões postos de trabalho, ou seja, de trabalhadores com carteira assinada que foram demitidos entre fevereiro e abril.
O IBGE anunciou ainda a criação de uma Pesquisa Nacional à Domicílio (Pnad Covid). A primeira amostra divulgada na nesta terça (16) apontou que cerca de 18 milhões de brasileiros desistiram de procurar emprego por causa da pandemia. Outros 8,8 milhões trabalharam de forma remota, enquanto 14,6 milhões tiveram que ser afastados do trabalho em nome do distanciamento social.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a pandemia no dia 11 de março. Seis dias depois o Brasil teria a primeira morte confirmada. Só a partir de então que os governos estaduais e municipais passaram a definir restrições à circulação de pessoas para conter o avanço da contaminação. O resultado foi o atrito destes com o governo federal que nessa altura ainda negava a gravidade da situação e tratava a mesma com negligencia, comportamento que persiste até agora.
O Banco Central já projeta uma queda no PIB de 6,51% para 2020. Isto em uma economia que já não crescia e encontrava-se estagnada. Já na projeção do Banco Mundial, futuro local de trabalho do ex-ministro da educação, a economia brasileira deverá recuar 8% este ano, amargando um dos piores resultados globais. No início do ano a projeção otimista era de um crescimento na casa de 2% para o Brasil.
Cabe dizer que otimismo dos golpistas já passou e a realidade do país é alarmante. Esse será o legado deixado por esta escória política que subiu ao poder por meio de uma fraude eleitoral escancarada e agora se vê na tarefa de conter o caos que ela própria criou em todas as esferas da famigerada República.